Verdadeiro Olhar

Gosto pelo artesanato criou as “Avozinhas prendadas”

O que fazer aos 58 anos, depois de deixar o trabalho de algumas décadas? Esta foi a questão que Rosa Almeida colocou a si própria há cerca de quatro anos depois de ter deixado o emprego num lar de idosos em Alfena. O gosto pelos lavores e o desejo de ter um negócio levou-a a colocar o desafio de criar uma empresa de artesanato a Fátima Almeida, irmã mais velha quatro anos. O desafio foi logo aceite,até porque, dizem, “era isto ou falar dos vizinhos”.

As irmãs Fátima Almeida e Rosa Almeida são as “Avozinhas Prendadas” há quatro anos. Se o gosto pelos trabalhos manuais, especialmente a costura e as malhas, já fazia parte da vida de ambos, e a costura era já a ocupação de Fátima, reformada por invalidez desde os 48 anos, o artesanato passou a ocupar  um lugar de destaque nos últimos anos das vidas destas valonguenses, uma de Ermesinde e outra de Alfena.

 

Venda do artesanato começou na Ribeira

Decisão tomada, contam, não ficaram a olhar para o tempo passar e, com a ajuda do filho de Fátima, trataram da parte burocrática da criação de uma empresa e de uma página de Facebook onde divulgam o trabalho e as feiras que participam. Empreendedorismo à parte, o intuito destas duas irmãs, avós de dois meninos, é entreterem-se e não ficar no sofá. Começaram a vender na Ribeira do Porto, mas depressa diversificaram a presença em feiras da região, desde Valongo, Paredes, Paços de Ferreira, entre outros. As feiras medievais são, por norma, local onde poderemos encontrar as “Avozinhas Prendadas” até porque é um gosto especial de Fátima Almeida. Nas bancas espalham-se sacos e carteiras em tecido, mas também peças de costura e malhas, como vestidos, para crianças e bebés. Aplicações em chapéus e carteiras são outras das peças confeccionadas. Para trás ficou a bijuteria e outros materiais que muitos outros artesãos fazem e se repetem por várias bancas. Rosa e Fátima explicam que as peças não reflectem a totalidade do trabalho que é empenhado na sua concretização e muitas vezes as pessoas não dão o devido valor à peça. Não obstante, frisam, os visitantes das feiras de artesanato têm, geralmente, a noção do trabalho feito e valorizam as peças. Se ainda não teve a oportunidade de se cruzar com estas “avozinhas”, pode visitar a sua página de facebook e conhecer o trabalho realizado: facebook.com/avozinhasprendadas.

Mas se o negócio do artesanato começou com um desafio de Rosa, é também ela que coloca um limite para esta aventura das Avozinhas. 2019 é o prazo de validade das “Avozinhas Prendadas”. Rosa terá 65 anos e Fátima 69. Mas também não será altura para ir para o sofá! Rosa Almeida já começou a procurar o que fazer e a Universidade Sénior parece ser, para já, a escolha para daqui por três anos.