Verdadeiro Olhar

‘Glenn Miller Orchestra’ no Centro Cultural de Paredes numa homenagem ao astro do jazz

Foto (DR)

Os clarinetes, trombones, saxo fones e trompetes, da Glenn Miller Orquestra, são alguns dos sons que se vão ouvir no Centro Cultural de Paredes, o CCP, que pretende “fazer parte da nova identidade cultural” do município. Mas antes de se fazer esta viagem ao tempo do astro do jazz, cabe à Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian abrir a programação do espaço, recentemente inaugurado, já no dia 26 deste mês. Dirigida pelo Maestro Lorenzo Viotti e contando com a participação especial do solista Carlos Ferreira, natural de Paredes, um dos mais aclamados clarinetistas da atualidade, a Orquestra Gulbenkian apresenta-se pelas 21h30. Integra ainda esta formação o concertino Vadim Tsibulevsky. O programa do concerto divide-se em duas partes, tendo na primeira parte Wolfgang Amadeus Mozart e depois do intervalo Johannes Brahms.

Em novembro, dia 23, pelas 21h30, recebe o concerto dos Xutos & Pontapés, a banda, que é o emblema do rock & roll, e que surgiu há 45 anos, tendo hoje milhares de fãs de muitas gerações.

Mas não é só a música que faz parte do programa cultural do CC, também o humor vai estar em destaque com Salvador Martinha com “Aura Super Jovem”. Depois de algumas temporadas dedicadas ao ofício de ator, o criador do podcast Ar livre, regressa ao stand-up para contar o que andou a fazer nos últimos cinco anos, desde o seu último solo. Agora com 41 anos, o artista sente que “o tempo passa depressa e que a ampulheta virou, valendo-lhe a sua ‘aura super jovem’. Salvador Martinha vai estar em Paredes no dia 2 de novembro, às 21h30.

Glenn Miller Orchestra a big band mais famosa da história da música

Teatro e dança são ainda outras das propostas do espaço, mas, no dia 8 de dezembro, às 17h00, o CC Paredes reecebe a aclamada Glenn Miller Orchestra, com o espetáculo In the mood for Christmas. Esta vai ser uma forma de assinalar os 80 anos da morte de Glenn Miller. Sob a direção do maestro Ray McVay, apresenta-se com músicos vestidos com um casaco vermelho.

Esta big band surgiu há 36 anos, quando Ray McVay chegou a acordo com a Glenn Miller americana (fundada em 1937 pelo próprio Glenn Miller, trombonista desaparecido em 1944) apresentando-se em palco exatamente com a mesma formação: cinco saxofones, quatro trompetes, quatro trombones, um pianista, um contrabaixista e um baterista. Juntam-se aos instrumentistas dois vocalistas, neste caso Mark Porter e Catherine Sykes, a dixie band Uptown Hall Gang e o grupo vocal Moonlight Serenaders.
Com um repertório que inclui mais de 200 temas, a orquestra mantém-se fiel à sonoridade de Glenn Miller, mas tem vindo a acrescentar novas músicas que, já disse Ray McVay em várias entrevistas, se enquadram no estilo e que, certamente, o trombonista anuia se estivesse vivo.

A ‘big bang’, que soma sempre salas esgotadas quando atua em Portugal, reúne 20 músicos e cantores, em espetáculos revivalistas de cerca de duas horas, recuperando os clássicos dos anos 30 e 40. Sucessos como “Moonlight serenade”, “On the mood”, “Tuxedo Junction” ou “Chattanooga choo choo” fazem parte do repertório deste grupo.

Os bilhetes para os diversos espetáculos custam entre os oito e os 20 euros e pessoas com menos de 30 anos e mais de 65 têm um desconto de 20%.

Para a autarquia, o CC Paredes pretende ser uma “casa aberta para acolher as artes performativas e a criação artística nacional e internacional”, destinando-se a “servir a Área Metropolitana do Porto e a região do Tâmega e Sousa”.

Construído no edifício da antiga Adega Cooperativa de Paredes, “é uma expressão da fusão entre o passado industrial e a atualidade. Com um design que homenageia a arquitetura industrial do edifício anterior, exibe uma aparência contemporânea que respeita e reinterpreta a herança local”, refere a sinopse do projeto, criado pelo gabinete de arquitetura Spaceworkers.

Composto por três espaços diferentes, o Grande Auditório que tem uma plateia inclinada com capacidade para 512 pessoas sentadas, o Pequeno Auditório para 450 pessoas em pé e a Paredes Arena que acolhe mais de 2500 pessoas em pé, o edifício inclui ainda um café-concerto e um restaurante.

Segundo a edilidade, “a mecânica de cena e o palco de Grande Auditório estão preparados para qualquer teatro ou ópera dentro das suas necessidades criativas e cenografias”, representando “um dos maiores espaços da região norte para a produção de grandes espetáculos”.

A programação cultural do CCP está a cargo de João Aidos, que, na apresentação, sublinhou que os espetáculos previstos visam abranger “todos os públicos”.