O FOLIA – Festival Internacional de Artes do Espectáculo de Lousada, que decorre de 21 a 28 de Abril, no Auditório Municipal, volta a apresentar um cartaz diversificado, onde a par da companhia residente, a Jangada teatro que organiza o festival em articulação com a Câmara de Lousada, estarão presentes companhias nacionais de elevada craveira.
O Festival assume-se já como uma referência no panorama cultural quer da região quer do país.
A edição do Folia 2018 assinala, também, os 18 anos da companhia semi-profissional Jangada teatro.
A abertura do certame será feira pela Jangada teatro com a apresentação da sua nova produção “Correr o Fado”, peça que tem como mote a tradição popular que refere que o sétimo filho, se for rapaz, nasce “tardo” ou “trasgo” e que é preciso “correr o fado” para quebrar a maldição. Conta ainda com a Companhia de Teatro do Chapitô, com presença habitual no certame; o grupo de teatro do Montemuro; a Astro Fingido, grupo sediado em Paredes; os Commedia à la Carte, companhia que conta já com dois prémios, o Prémio Melhor Espectáculo Festival Cómico da Maia e o Prémio Melhor Espectáculo festival TeatroAgosto 2010.
O Folia 2018 integra, também, a participação de Joseph Cellard, actor belga de teatro físico Joseph Collard com “Zic-Zag” e um concerto da cantora Sara Tavares.
“Pelo país existem outros festivais de artes de palco de elevada reputação, mas o Folia assume-se não apenas pela sua longevidade, mas também pela variedade e consistência da programação e pela elevada adesão do público”
O vereador da Cultura da Câmara de Lousada, Manuel Nunes, destacou que o Folia constitui já um acontecimento cultural de relevância acrescida na região que está a entrar na maioridade, completando 18 anos de realização ininterrupta.
“O festival consolida-se pela qualidade e diversidade de um programa sempre muito sugestivo. Para este ano, há a registar sobretudo o regresso da Companhia do Chapitô e a inclusão dos Commedia a la Carte, pelo que aguardamos lotação esgotada em todos os espectáculos”, disse, salientando que as propostas que integram o cartaz deste ano são de excelente qualidade.
Ao Verdadeiro Olhar, o autarca realçou, também, que o Folia continua a ser uma aposta ganha, assume-se pela sua longevidade e variedade da programação.
“Pelo país existem outros festivais de artes de palco de elevada reputação, mas o Folia assume-se não apenas pela sua longevidade, mas também pela variedade e consistência da programação e pela elevada adesão do público”, afirmou, frisando que o festival é um evento já consolidado que as companhias e artistas reconhecem como dos mais representativos.
Falando da persistência do Folia no tempo, o vereador responsável pelo pelouro da Cultura reconheceu que a durabilidade do certame deve-se, acima de tudo, à parceria estabelecida com a Câmara de Lousada e a Jangada teatro, mas, sobretudo, ao facto de ter sido plenamente apropriado pela população.
“Ao atingir quase duas décadas, naturalmente que estamos perante um projecto sustentável, como se comprova pelo contínuo apoio das instituições oficiais”, assegurou, confirmando os ingressos vão manter-se com um preçário muito convidativo.
Sobre o Foliazinho, festival de teatro direccionado às escolas e agrupamentos escolares do concelho, o autarca manifestou que o programa tem este ano a particularidade de apostar na música, com um concerto dos Clã.
“É um festival vocacionado para a infância e para a comunidade educativa, consagrando as ofertas proporcionadas ao longo do ano, sempre com elevada adesão, mas que reúne condições para crescer ainda mais”, avançou.
“O teatro impõe-se com grande força na programação, dentro das suas diferentes estéticas e públicos-alvo”
O actor e director artístico do Jangada Teatro, Luiz Oliveira, relevou a diversidade de propostas e esclareceu que, além do teatro, que se impõe com grande força na programação, o cartaz escolhido para este ano integra, também, outras propostas.
“O teatro impõe-se com grande força na programação, dentro das suas diferentes estéticas e públicos-alvo, contudo, tentámos também trazer outro tipo de espectáculos como os Commedia a la Carte e a Sara Tavares. Dentro da área do teatro e sobejamente reconhecida do grande público temos a Companhia do Chapitô com “Electra”; internacionalmente apostamos no talento do grande actor belga de teatro físico Joseph Collard com “Zic-Zag”. Temos também um espectáculo imperdível para o grande público que fala sobre as mulheres carreteiras, que viviam do transporte de móveis à cabeça, nas primeiras décadas da indústria do mobiliário no Vale do Sousa”, afirmou, adiantando que o Folia reflecte a intenção de continuar a abranger e a cativar diferentes públicos para o festival e consequentemente promover a dinamização cultural de Lousada e da região.
O actor, um dos rostos mais carismáticos da companhia Jangada Teatro, concretizou, por outro lado, que este ano o cartaz do festival é dos melhores de sempre, sendo expectável que haja um aumento do público.
“É para ele que trabalhamos e estamos convencidos que o público virá divertir-se com os artistas presentes no festival”, atestou.
“É nossa convicção que a diversidade de propostas é enriquecedora para o público e para a sua formação enquanto espectadores e enquanto indivíduos. É claro que ainda há muito trabalho a ser feito”
Falando das peças que poderão ter mais público, Luíz Oliveira reconheceu que a mais recente produção da Jangada Teatro “Correr o Fado”, com encenação de José Carretas, o mesmo encenador que trabalhou na peça “Boca do Inferno”, será umas das peças que atrairá mais público, assim como o concerto de Sara Tavares e os Commedia a la Carte, espectáculos que estão praticamente esgotados.
O director artístico da Jangada Teatro concordou, ainda, que a diversidade de propostas continua a ser a grande referência do certame.
“É nossa convicção que a diversidade de propostas é enriquecedora para o público e para a sua formação enquanto espectadores e enquanto indivíduos. É claro que ainda há muito trabalho a ser feito, inclusive estamos a estudar novas formas de o tornar ainda mais apelativo para o público e mais competitivo em relação a outros festivais do mesmo género”, afiançou, sustentando que persistência deste festival no tempo deve-se, em primeiro lugar, à convicção do trabalho realizado junto do público e da comunidade.
“É claro que há alturas em que os recursos são escassos e as dificuldades são imensas. Este ano por exemplo, programar os Festivais, ou mesmo estrear uma produção, é como dar um salto de fé, uma vez que ainda não sabemos se contamos com apoio, porque ainda não saiu a decisão final dos apoios da DGArtes”, disse, reiterando que o objectivo do Folia é permitir que o público, ou que os vários públicos possam ter acesso à cultura e aos bons espectáculos, pagando um preço justo, tendo em conta a própria dinâmica do festival.
“A questão cultural e formativa assume actualmente maior relevância do que a questão económica, ainda que estejamos a estudar novas formas de tornar mais equilibrada a junção destas duas vertentes”, asseverou.
Referindo-se ao Foliazinho, Luiz Oliveira, além do concerto dos Clã recordou que o festival irá integrar a apresentação da “O Principezinho”, com uma nova roupagem e com orquestra, resultado de uma parceria com alunos e professores do Conservatório do Vale do Sousa.
“Esta parceria tem como objectivo levar este grande espectáculo a outras salas, divulgando a excepcional qualidade dos nossos músicos e artistas. Durante a semana as escolas poderão contar com ‘Os 3 Érres’ da Companhia Al Teatro e ‘Correr o Fado’ da Jangada Teatro”, sublinhou.
O director artístico da Jangada Teatro relevou, também, que tanto a Jangada Teatro como a Câmara Municipal de Lousada ao longo anos têm apostado na formação de públicos, nomeadamente de público cada vez mais jovem.
“O teatro tem vindo a ganhar mais terreno na comunidade escolar e na comunidade lousadense. Contudo devemos continuar a trabalhar para que a visualização de espectáculos no público escolar ocorra de forma permanente e continuada, em todas as faixas etárias”, garantiu.