Na semana passada, de forma quase despercebida, o Governo Português, através da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, comunicou que vai patrocinar a campanha “She Decides”.
O que é o “She Decides”? Quando tomou posse, o presidente dos Estados Unidos da América cortou o financiamento às instituições não-governamentais que promovem e efectuam abortos em países pobres. Para que se perceba melhor, é relevante referir que as verbas que essas instituições arrecadavam anualmente eram superiores ao orçamento do Estado português.
Como forma de retaliação, a ministra do Comércio Externo holandesa, Lilianne Ploumen, criou a campanha “She Decides”, que pretende angariar dinheiro para essas tais instituições americanas poderem prosseguir a realização de abortos em mulheres pobres, em vez de as ajudar.
A postura do Governo português levanta três questões:
Primeiro, não se compreende como é que um Governo de um país que não tem dinheiro para ajudar mães grávidas em dificuldades, consegue ter dinheiro disponível para dar a instituições americanas que têm o único propósito matar bebés em países pobres;
Em segundo, no programa eleitoral deste Governo minoritário não consta a intenção de promover o aborto noutros países. Não me parece correcto que os nossos impostos sirvam para este tipo de financiamento a instituições estrangeiras;
Por último, não se entende porque é que o Governo de Portugal contribui para uma iniciativa que tem como objectivo e intenção clara afrontar uma tomada de posição do Governo Norte-Americano, que democraticamente eleito.
A não ser que seja por birra ideológica da bloquista Catarina Martins, não se compreende porque é que o Estado português se está a meter num assunto que não lhe diz respeito.