“O aterro de Sobrado é para fechar”, garante o candidato à Câmara de Valongo pela Unidos por Todos, que junta o PSD e o Mais – Movimento de Cidadania Independente. O social-democrata Miguel Santos apresentou, hoje, a candidatura, no Vale da Cobra, junto ao aterro que tem sido contestado pela população e diz que não o podia fazer noutro local.
“Este aterro é a maior chaga e a maior ferida aberta no concelho de Valongo. Queremos dizer ao concelho e aos sobradenses que o PSD é contra este aterro”, afirmou. Caso seja eleito, Miguel Santos garante que, a partir de Outubro, vai recorrer a todos os mecanismos para “encerrar o aterro que recebe, diariamente, resíduos perigosos nacionais e da Europa”, acabando com “o cenário apocalíptico em Sobrado”. “Haverá, por exemplo, uma fiscalização a sério e o ministro do Ambiente não terá descanso enquanto não fechar o espaço”, adianta.
Lembrando que o PSD foi o primeiro partido a apresentar um projecto de lei na Assembleia da República para fechar este aterro, Miguel Santos elogiou o papel assumido pela Associação Jornada Principal e a acção popular recentemente interposta no tribunal pedindo a nulidade das licenças, na qual diz ter “grande expectativa”. Critica o actual presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, por não ter invalidado a licença urbanística quando teve essa oportunidade. “Houve um momento de ouro na história deste aterro. Em 2017, a câmara podia ter invalidado a licença urbanística e hoje isto não estaria aqui nem nós estaríamos aqui. A partir daí não havia licença que sobrevivesse e o aterro fechava”, argumentou o candidato.
Brigada do Ambiente para vigiar serras e factura da água mais baixa
Miguel Santos elencou ainda algumas medidas que adoptaria e prometeu apresentar, nos próximos quatro meses, propostas para vários sectores da governação municipal. Além das ideias do partido, será realizado um processo participativo de auscultação da população para criar um plano de desenvolvimento sócio-económico para uma década.
Mas avançou já que uma das metas é acabar com os resíduos depositados nas serras, criando uma brigada do Ambiente a tempo inteiro, com meios todo-o-terreno e drones para que haja “fiscalização à séria” e “tolerância zero”.
Criticou o investimento “inoportuno” no novo edifício da câmara de Valongo, “uma obra faraónica” e afirmou que há outras prioridades, como baixar o preço da água, a taxa do IMI e investir em acção social e em habitação ou em vias estruturantes para o concelho. “Se o PSD for eleito o preço da água baixa no próximo ano. É um compromisso que assumimos”, frisou, acusando o socialista José Manuel Ribeiro de ser o responsável pelo aumento da factura. “Nos últimos dois anos o presidente da câmara fez duas revisões extraordinárias ao contrato de concessão, introduzindo elementos de distorção, nomeadamente uma renda que a concessionária passou a pagar à câmara de cerca de um milhão de euros por ano. Claro que a concessionária faz repercutir esses aumentos na tarifa da água”, disse.
Miguel Santos prometeu uma campanha limpa, mas não sem trazer ideias e defender propostas. “Estou aqui para abanar a barraca”, concluiu.
“Quem nas próximas eleições não votar no PSD está a compactuar com o prolongamento da estagnação do concelho”
Antes, tinha falado Mário Duarte, presidente do PSD Valongo, que elogiou o candidato e adiantou que ainda há mais partidos que se podem juntar a esta candidatura. “Há mais um ou dois partidos que podem estar connosco a quem foram feitos convites”, referiu.
“O Miguel é a pessoa certa, tem experiência política e é acima de tudo um homem íntegro, frontal e tem grande capacidade de trabalho. Não havia candidato melhor para defender os interesses do PSD e de Valongo”, sustentou.
Para o líder dos social-democratas de Valongo, em oito anos, pouco ou nada mudou no concelho que continua “estagnado, não atrai investimento nem emprego” e é o que tem “menor qualidade de vida na Área Metropolitana do Porto devido à actual gestão camarária”. Este executivo PS, limitou-se a “festa e propaganda” e a gastar dinheiro de “forma supérflua”, defendeu. “O concelho de Valongo tem tido uma gestão fictícia e pouco direccionada para os interesses da população”, tinha argumentado também Albino Poças, mandatário da coligação.
Mário Duarte deixou ainda um recado aos outros partidos e movimentos e à população: “O próximo presidente da câmara de Valongo ou é eleito pelo PS ou pelo PSD. Quem nas próximas eleições não votar no PSD está a compactuar com o prolongamento da estagnação do concelho”.
Diogo Pastor Oliveira, presidente do núcleo do PSD de Campo e Sobrado e candidato à Junta de Campo e Sobrado, foi o primeiro a intervir e a falar do “flagelo” vivido pela população de Sobrado devido ao aterro. “Tudo irei fazer para rapidamente seja encerrado este aterro. Este Governo teve a possibilidade de o encerrar e não o fez, tem a culpa da renovação das licenças até 2026. Miguel Santos é a pessoa certa para encerrar este aterro e fortalecer o desenvolvimento do concelho de Valongo”, realçou.
Já Maria João Magalhães, presidente da JSD de Valongo, lembrou que as bandeiras mais importantes para estas eleições são as maiores preocupações do partido: o emprego, com atenção especial à elevada taxa de desemprego; a habitação jovem; a saúde, assegurando que todos os valonguenses têm acesso a médico de família; o aterro, que é uma das preocupações da juventude. “O aterro é uma questão de saúde pública e lutaremos com o partido para que seja fechado devolvendo a qualidade de vida a Sobrado”, disse. Acrescentou ainda que Valongo tem “desperdiçado oportunidades”, com os mandatos do PS, e sido ultrapassado por vários municípios à volta.