A resposta da Câmara de Valongo sobre a passagem do vereador Paulo Esteves Ferreira a meio tempo não satisfez a oposição. Em novo comunicado, a comissão política do PSD Valongo diz-se “preocupada” com a falta de resposta dos serviços da autarquia na área do licenciamento e sustenta que “a exigência na gestão dos fundos comunitários torna insustentável a actividade parcial de mais um vereador”, falando mesmo de uma Câmara “a meia velocidade”.
É que na informação enviada pela Câmara às questões do PSD é dito que o vereador se “orgulha” de ter os sectores que acompanha “a funcionar em velocidade cruzeiro”. Mas para os social-democratas “tais afirmações atestam um total alheamento da realidade do município e revelam uma total indiferença às dificuldades que muitos munícipes e investidores no concelho enfrentam”.
“O PSD tem uma visão diferente, mais ambiciosa, para o concelho e não se conforma com a falta de capacidade de resposta dos serviços municipais no que respeita aos licenciamentos, o que muito tem prejudicado quer cidadãos quer empresas. Infelizmente, em muitos relatos, o tempo de resposta naqueles processos é superior a meio ano”, alega Hélio Rebelo, presidente da comissão política do PSD Valongo.
Esta “velocidade cruzeiro” está “entre o muito lento e o parado”, ironiza, o que torna “Valongo pouco apetecível para investir e para viver”.
A par disso, alegam os social-democratas, a gestão de fundos europeus, cujo pelouro está atribuído ao vereador Paulo Ferreira, nomeadamente no âmbito da execução do Plano de Recuperação e Resiliência, “impõe que todos os investimentos estejam concluídos até Março de 2026”, um prazo “extremamente reduzido” que exige “uma dedicação total dos eleitos no sentido de cumprir e fazer cumprir os projectos a que o Município se propôs”, acredita o PSD.
“Com um vereador, responsável pela gestão dos fundos europeus, a meio tempo, Valongo arrisca-se a ver agravado o fosso que separa o Município dos restantes Área Metropolitana do Porto”, sustenta o comunicado enviado, em que o partido de oposição apela ao executivo do PS que explique “como pretende melhorar a eficiência dos serviços municipais, em particular quanto aos tempos de resposta dos licenciamentos e na gestão dos fundos comunitários, e de que forma pretende colmatar a redução da actividade do vereador responsável por tais pelouros”.
“Neste sentido, o PSD Valongo insta o executivo a apresentar um plano de melhoria e eficiência dos serviços Municipais. Valongo e os valonguense não se podem conformar com um executivo a meio tempo e exigem uma Câmara que não esteja a meia velocidade”, conclui o PSD.
Contactada sobre o tema, a Câmara de Valongo não respondeu em tempo útil.