O poeta Manuel Alegre será o homenageado deste ano do Festival Escritaria, em Penafiel. A vida e obra do autor vai contaminar as ruas da cidade, promete a autarquia.
Recorde-se que o Escritaria é o único festival literário que se dedica a homenagear um escritor vivo de língua portuguesa.
Durante alguns dias, de 21 a 27 de Outubro, Penafiel vai transformar-se na cidade de Manuel Alegre.
“Durante os dias da Escritaria, a cidade transforma-se visualmente para quem a visita ou circula nas ruas, onde é impossível não ‘tropeçar’ na obra e na vida do autor homenageado, com dezenas de iniciativas desde teatro, animação de rua, exposições, apresentação de livros, música e muito mais. E nesta edição haverá novidades, com novos projectos para divulgar a obra do escritor homenageado por entre jovens e adultos, e até um projecto ligado à literacia e à vertente social”, adianta nota de imprensa do município.
“Vários actores vão interpretar em vários cantos e recantos da cidade textos de Manuel Alegre, ao mesmo tempo que as fachadas dos edifícios e muitos outros locais da cidade vão exibir a sua obra e torna-la até ‘portátil’ em caixas de leitura, sign floors, e muitos outros objectos, que com textos de Alegre podem ser levados para casa e partilhados com família e amigos”, refere a mesma fonte.
Na cidade ficará também uma frase do poeta, como aconteceu com os autores já homenageados: Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, António Lobo Antunes, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, Mário Cláudio, Alice Vieira, Miguel Sousa Tavares e Pepetela.
Os livros “Praça da Canção” e “Canto e as Armas”, de Manuel Alegre, são duas obras reconhecidas por terem contribuído para o derrube da ditadura salazarista, mas o autor é também, muito provavelmente, o poeta que mais poemas teve musicados e interpretados por, entre outros, Manuel Freire, Carlos do Carmo, Francisco Fanhais, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso ou Amália Rodrigues.