A Esquadra da PSP de Ermesinde está “reduzida a uma repartição administrativa com horário de funcionamento sem operacionalidade”, defendeu Miguel Santos, hoje, em reunião de executivo, em nome dos vereadores da oposição, pedindo uma acção mais “musculada” por parte da Câmara de Valongo.
“Aquela esquadra está transformada numa repartição administrativa para receber papéis, carimbar papéis e entregar papéis às pessoas. Não podemos aceitar esta situação. É preciso exigir mais meios e que existam patrulhas em permanência que afastem a percepção de insegurança que existe na cidade”, concretizou, afirmando que é “inaceitável” que a freguesia mais populosa de Valongo seja a mais “desprotegida em termos de segurança pública”.
Mesmo depois de o ministro da Administração Interna ter dito que não está previsto o encerramento daquela esquadra, Miguel Santos argumenta que o assunto está longe de resolvido.
“A cidade as pessoas estão em sobressalto contínuo, constante e diário. Há pequena criminalidade que ocorre de uma forma semi-diária”, sustentou o eleito do PSD.
“Isto não é só falta de efectivos, é pior do que isso. A PSP decidiu que a Esquadra de Ermesinde não serve para nada. Aquela esquadra não está a cumprir a sua função. Há uma determinada hora do dia em que fecha a porta. Os eleitos devem exigir que a Esquadra de Ermesinde seja reabilitada em termos de horários de funcionamento, funções e efectivos, tem de se transformar numa verdadeira esquadra”, alegou.
Na perspectiva dos vereadores da oposição, uma forma de contrariar isto, gerando maior sensação de segurança, era instalar a sede da Polícia Municipal em Ermesinde. “Em Valongo temos presença da PSP, qual a razão para que face às dificuldades existentes em Ermesinde a Polícia Municipal não fique ali”, perguntou.
Na resposta, José Manuel Ribeiro também se disse preocupado com o tema, mas salientou que a Câmara não está parada e que está em curso a instalação de um projecto de videovigilância nas cidades de Ermesinde e Valongo para aumentar o sentimento de segurança. Custará centenas de milhares de euros.
“Tivemos uma reunião esta semana e já arrancou um grupo de trabalho com as juntas de Valongo e Ermesinde, a Câmara Municipal e a PSP para preparar o processo de instalação da videovigilância. Também voltamos a pressionar para haver mais meios humanos na esquadra. Vamos ser claros, o problema da Esquadra de Ermesinde é a falta de meios humanos”, alegou o presidente da autarquia, dizendo que a meta não é ter mais pessoas na esquadra, mas “mais pessoas na rua a patrulhar”.
“Há um problema de percepção de segurança, havendo um baixo nível de criminalidade no concelho há, no entanto, uma percepção de insegurança”, admitiu o edil valonguense. “É para isso que estamos a avançar com o projecto de videovigilância. Está estudado que uma das consequências positivas é melhorar a percepção de segurança. Isto implica um investimento que a Câmara vai fazer. Vai custar centenas de milhares de euros. Não sabemos o custo”, referiu.
José Manuel Ribeiro acusou ainda o PSD de querer “baralhar” por falar numa possível instalação da Polícia Municipal em Ermesinde. “As polícias municipais não têm as mesmas competências da PSP”, frisou.
“Em nenhum momento comparei competências da Polícia Municipal às da PSP. Não deu nenhuma razão para não instalar a Polícia Municipal em Ermesinde”, respondeu Miguel Santos.
“Da mesma forma que decidimos instalar uma Loja do Cidadão em Ermesinde, onde havia espaço, vamos instalar a Polícia Municipal em Valongo onde há instalações municipais disponíveis. É uma decisão tomada e não vou recuar”, avisou o presidente da Câmara, com Miguel Santos a considerar esta “uma visão redutora”.
Contactado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP esclarece que a Esquadra de Ermesinde está “a funcionar normalmente em termos operacionais”. No horário noturno, “pontualmente”, não há atendimento presencial, mas mantém-se o patrulhamento e gestão de ocorrências “numa gestão integrada de meios”, estando esta esquadra dependente do Comando da PSP da Maia.