Ao A associamos o PSD dos militantes de sempre, das vitórias consecutivas, do ciclo político que durou vinte e quatro em vez de doze anos que é, em média, o que dura um ciclo autárquico do mesmo partido no poder. Quando há alternativas, claro. Quando só existe alternância a coisa costuma perdurar. Foi o caso. São o PSD dos resilientes – palavra da moda. Daqueles que mesmo percebendo que o ciclo já estava há muito terminado se mantiveram fiéis aos princípios da lealdade e da seriedade política e partidária. Daqueles que, agora, mesmo sabendo que os ventos não estarão de feição, se mantêm firmes na defesa dos valores sempre defenderam. Concorrerão como equipa A do PSD/Paredes. Para estes, o candidato anunciado é Ricardo Sousa.
Ao B associamos os que, por demérito ou injustamente, não couberam, durante vinte e quatro anos, nas escolhas do PSD. Encontraram refúgio no PS/Paredes, que não sendo alternativa lhes deu a oportunidade de protagonizarem a alternância. E nem vale a pena alegarmos questões de ordem ideológica que são, para nós, as de maior importância. Basta recorrermos à memória e perguntar onde estavam há quatro anos. Quantos eram, nessa altura, militantes do PS que agora representam? Poucos, muito poucos. Aliás, a maioria até nem se enquadrava nos chamados independentes. Eram mesmo militantes do PSD e do CDS. Muitos deles já tinham até desempenhado cargos de relevo nesses partidos.
Mais cedo ou mais tarde a autarquia havia de cair nas mãos do PS, terão pensado. E bem. O PS/Paredes ganhou as eleições e lá estavam eles, no sítio certo, no momento exato, para alcançarem o que nunca tinham conseguido e nunca alcançariam nos seus partidos – PSD e CDS – e que o PS, de mão beijada lhes dava agora sem grande esforço. Estes, os do PSD/B, vão ser representados, muito provavelmente, por Alexandre Almeida e com a sigla do PS.
Aliás, o PS/Paredes, ao longo dos anos, sempre serviu de barriga de aluguer para situações que não tinham a ver com os interesses do concelho ou do partido. Apenas serviu interesses particulares, sempre patrocinado pelos dirigentes locais do partido. O caso da candidatura de Artur Penedos é o exemplo mais representativo do que atrás fica dito. Só foi candidato porque só dessa maneira manteria o cargo de deputado que, aliás, veio a ocupar, depois de perder as eleições autárquicas.
Mesmo assim não morriam as nossas convicções políticas se conseguíssemos ver em B as diferenças com o A.
Pensar que iguais pudessem agir de forma diferente era pedir muito. E como estamos convictos de que o atraso estrutural a que o concelho de Paredes tem sido sujeito se deve ao PSD/Paredes, não queremos, portanto, o A nem o B.
Restar-nos-ia a esperança de uma 3ª via, liderada pela juventude emergente, por mulheres competentes que nunca tiveram acesso às direções políticas em Paredes, por outros, de idades diferentes, cujas capacidades potenciassem um programa estruturante e aglutinador em função do bem comum e do desenvolvimento sustentado do concelho.
É pedir muito? Talvez. Mas é só o que queríamos.