As escolas da região do Tâmega e Sousa são das que mais promovem a equidade – ou seja, das que mais puxam pelos alunos de contextos desfavorecidos – e também estão entre as que têm das maiores taxas de conclusão no tempo esperado (sem retenções) em quase todos os ciclos de ensino.
Os dados constam de um relatório da Direcção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que mostra que persistem as assimetrias regionais.
Segundo o documento, “o indicador conclusão no tempo esperado baseia-se numa visão global de ciclo de estudos, acompanhando o trajecto de cada aluno ao longo de todo o ciclo e concebendo o sucesso não como a mera classificação positiva e aprovação no final de um ano de escolaridade, mas sim a conclusão do respectivo ciclo de ensino com êxito e no tempo esperado, ou seja, sem retenção ou desistência”. Já o indicador de equidade “compara os resultados escolares dos alunos abrangidos pelo programa de Acção Social Escolar de uma determinada escola, agrupamento de escolas ou território com a média nacional dos resultados de alunos com perfil semelhante e em escolas com um contexto sócio-económico semelhante, a nível nacional”, medindo “se essa unidade tem resultados superiores, inferiores ou em linha com os resultados nacionais, no seu trabalho com os alunos em condições sócio-económicas mais vulneráveis”.
O relatório conclui que há “padrões divergentes associados aos diferentes territórios”, tendo as taxas “valores superiores no Norte Litoral e inferiores no Sul, embora existam algumas especificidades entre ciclos de ensino”.
Apesar de evoluções “positivas”, no 1.º ciclo do ensino básico a “assimetria é evidente”. O Alto Minho e Ave têm níveis de conclusão no tempo esperado na casa dos 94%, enquanto o Baixo Alentejo anda nos 82%. No Tâmega e Sousa, 91% dos alunos deste ciclo de ensino completou a escolaridade no tempo esperado. Também no primeiro ciclo, o indicador equidade do Tâmega e Sousa é o melhor do país (8%), revela o relatório.
No 2.º ciclo, “as diferenças não são tão pronunciadas”. “A par do Alto Minho, do Cávado e do Ave, destacam-se as regiões de Tâmega e Sousa, Aveiro, Viseu, Dão e Lafões, com valores na casa dos 98%” de alunos que concluem no tempo esperado, lê-se no documento da DGEEC. Na equidade, o Tâmega e Sousa tem um dos dois melhores indicadores (4%).
Os territórios do Norte Litoral – Alto Minho, Ave, Cávado, Tâmega e Sousa – voltam a liderar, com valores acima dos 90% no 3.º ciclo, sustenta o relatório sobre Sucesso e Equidade. O Tâmega e Sousa volta a ter o melhor indicador de equidade neste ciclo de ensino.
O documento faz uma distinção no ensino secundário, entre os cursos científico-humanísticos e os profissionais. Nos científico-humanísticos O Tâmega e Sousa fica-se pelos 77%, mas a DGEEC destaca “a evolução muito positiva em territórios como o Ave, o Tâmega e Sousa e Trás-os-Montes (+15 pontos percentuais entre 2018 e 2020)”. A região estava nos 63% em 2018. Neste patamar, o Tâmega e Sousa ainda se mantém entre os melhores no que toca à equidade (6%). Já nos cursos profissionais, o Tâmega e Sousa tem os resultados menos positivos, ficando-se pelos 68% dos alunos que concluem o percurso no tempo esperado, sendo que está em queda nos últimos anos. O indicador de equidade é só de 2%, mas ainda assim positivo.
As tendências observadas em cada município não constam do relatório, mas podem ser consultadas através do Portal InfoEscolas. Consulte todos os dados por região nas tabelas abaixo.