Apesar da pandemia, o novo ano lectivo na Escola de Teatro da Retorta, em Campo, Valongo, arranca em Outubro, levando em conta as indicações da Direcção-Geral da Saúde. Os alunos, 50 no máximo, terão aulas de máscara e com o distanciamento necessário.
Foi esse o método já usado desde Junho, quando a formação foi retomada, depois de ter parado em Março, com o surgimento da Covid-19 no país.
Esta escola de teatro é um projecto do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta. Desde 2015, quando passou a estar sob a coordenação pedagógica e a direcção artística de Diana Barnabé, já passaram pela escola dezenas de alunos. Alguns mantêm-se por vários anos no projecto.
“Não temos a pretensão de transformá-los em actores ou actrizes, mas sim a de os preparar para estar em palco como se fosse um universo profissional”, explica Diana Barnabé, que acredita que esta escola “se tem tornado numa referência de educação artística não formal na Área Metropolitana do Porto”.
A formação é focada no desenvolvimento pessoal e artístico dos alunos. E a procura tem crescido “de forma exponencial”, congregando jovens de vários pontos, desde Santo Tirso, Paredes, Gondomar, Porto, Maia, Vila Nova de Gaia, além de Valongo.
Este ano lectivo há, como nos anteriores, duas turmas, uma dos 6 aos 11 anos e outra dos 12 aos 18. A estas soma-se a turma avançada criada em 2019: o C.I.C.L.O. (Colectivo de Investigação e Criação Livre) para onde transitam os alunos com mais experiência, permitindo-lhes continuar a crescer e evoluir. “A turma avançada criada é consequência da própria escola e visa dar resposta aos adultos que querem continuar no teatro. Alguns levam isto como um hobbie, mantendo a par outros estudos e profissões, e outros até já são profissionais de teatro”, refere a coordenadora.
As aulas passam pela introdução aos fundamentos de teatralidade, de preparação física e vocal, de interpretação e improvisação, de criação dramatúrgica e montagem de espectáculo, com apresentação pública no final do ano lectivo. Por vezes também se juntam a eventos concelhios promovendo algumas encenações.
O ano lectivo passado encerrou no passado domingo, com as apresentações dos espectáculos, três ao todo: “Este Teatro não pode morrer”, pelo CICLO, “Estamos tão sós”, turma A, e “O Grande Segredo”, turma B.
As aulas do novo ano lectivo acontecem à sexta-feira. As inscrições decorrem aqui.
O curso é leccionado pela actriz, formadora e directora artística, Diana Barnabé que trabalha profissionalmente em teatro e cinema desde 2009. Licenciou-se em 2012 na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo em Interpretação, integrando, desde então, o elenco de mais de dez espectáculos de teatro profissional. Teve ainda formação em teatro, teatro físico, dança e acrobacia. Em 2014, fundou a Carruagem, companhia da qual é directora artística e onde desenvolve o seu trabalho como criadora e como formadora. Diz-se “apaixonada pelo poder transformador do teatro”.