A comunicação social nacional usa frequentemente os países nórdicos como exemplo de tudo e de nada. Desta vez, talvez por esquecimento, não foi divulgado que, na semana passada, quase 70 por cento dos deputados da Finlândia votaram contra uma iniciativa que propunha a legalização da eutanásia.
Na decisão dos deputados terá pesado um estudo que questionava os médicos sobre a eutanásia e que mostrou que 81 por cento deles se manifestavam contra a sua legalização. “Os médicos opõem-se a empreender quaisquer medidas cujo objectivo principal seja acelerar a morte do paciente”, defendeu a Direcção da Associação Médica Finlandesa.
Em Portugal, os deputados preparam-se para votar a legalização da eutanásia, mesmo contra o parecer da esmagadora maioria dos médicos. Ora, se os deputados não ouvem os médicos, pode ser que ouçam os eleitores.
Assim, proponho-lhe que escreva a um deputado da Assembleia da República a pedir-lhe que vote contra a legalização da eutanásia. Escolha um que tenha sido eleito pelo nosso distrito ou que conheça ou de que tenha ouvido falar.
Acredite que vale a pena lutar de forma justa pelo que acreditamos.
O que lhe há-de dizer na carta? Fale-lhe de forma simples, diga-lhe que sabe que nos países onde a eutanásia foi legalizada os mais velhos têm medo de ir ao hospital, diga-lhe que a eutanásia aumentou em todos os países onde foi aprovada, diga-lhe que quer mais cuidados paliativos para tratar dos mais frágeis, diga-lhe o que bem entender, de forma genuína e honesta.
E depois envie ao cuidado do deputado que escolheu, para:
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.
Palácio de S. Bento
1249-068 LISBOA
Faça-se ouvir.
Afinal, os deputados foram eleitos por nós e estão lá para defender os nossos interesses.