Verdadeiro Olhar

Empresa de Valongo cria nova unidade e vai apostar em móveis com tecnologia (C/FOTOS)

Já produz espelhos com televisores incorporados e secretárias interactivas onde podem ser escondidos os ecrãs do computador e até um cofre ou um frigorifico, mas o Grupo Jetclass, com sede em Valongo, quer ir mais longe e apostar ainda mais no mobiliário tecnológico. Através da expansão da actual unidade e de um estudo já em curso, a empresa quer fazer móveis para casas inteligentes como, por exemplo, móveis que mudam de cor, que permitam fechar uma gaveta à distância ou com espelhos que nos ajudam a escolher combinações de vestuário.

Esta aposta na robótica e na domótica e também na maquinaria de ponta automatizada vai ser possível com um investimento de 12 milhões de euros, apoiado por fundos comunitários.

A empresa, que exporta 97% da sua produção e já conta com cerca de 100 funcionários, prevê criar ainda mais 50 postos de trabalho.

“Serão mais cinco mil metros quadrados de área produtiva que criarão mais de 50 postos de trabalho em vários sectores”

O projecto de expansão da Jetclass visa criar “a maior unidade fabril da Península Ibérica de mobiliário neoclássico e tecnológico”. Esta empresa especialista em design de interiores e mobiliário de luxo, passará a contar com uma fábrica de 12 mil metros quadrados com novas unidades produtivas, carpintarias próprias, serralharia e um novo sector de iluminação destinado à produção de candeeiros e instalações eléctricas certificadas. Como já tinha sido anunciado, as unidades de folha, melamina, madeira, pintura, estofo serão ampliadas, assim como o showroom. A posta passará ainda por maquinaria de ponta, completamente automatizada. O investimento vai permitir duplicar a facturação da empresa para os 12 milhões de euros anuais, acredita a Jetclass.

Com a criação de postos de trabalho serão ainda recuperadas artes como a da talha e a aplicação de folha de ouro. E a empresa vai ainda realizar um estudo, em parceria com o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, da Universidade do Porto, com o objectivo de criar “mobiliário tecnológico, usando a domótica e a robótica”.

O início da obra foi assinalado esta quinta-feira, com o CEO do Grupo Jetclass a salientar que a empresa “não é só uma empresa de design de interiores como também produtora de mobiliário e iluminação, mantendo neste momento uma posição líder nesse campo”.

“Este projecto será com certeza um ponto de partida para um aumento exponencial dos números que temos atingido nacional e internacionalmente”, afirmou Agostinho Moreira, lembrando a elevada taxa de exportação de 97%. O investimento previsto e a aposta em maquinaria de ponta e na nova unidade produtiva vão permitir aumentar a capacidade produtiva e que a empresa chegue ainda mais longe, disse.

“Serão mais cinco mil metros quadrados de área produtiva que criarão mais de 50 postos de trabalho em vários sectores. O objectivo é a criação de mobiliário tecnológico usando a domótica e a robótica. A Jetcclass será assim pioneira a nível internacional neste mercado e elevando mais uma vez o nome de Portugal”, destacou o empresário.

1.100 postos de trabalho criados em Valongo em cinco anos

O presidente da Câmara Municipal de Valongo aproveitou a oportunidade para salientar o número de postos de trabalho criados desde que está à frente da gestão do município.

“Em cinco anos conseguimos atrair para o concelho de Valongo mais de 160 milhões de euros e cerca de 1100 postos de trabalho”, resumiu José Manuel Ribeiro.  O autarca salientou a importância dos incentivos fiscais concedidos pelo município, da localização do território e da aprovação rápida dos projectos como justificação para este sucesso.

“A redução das taxas neste investimento foi superior a 100 mil euros. Desde há três anos criamos ferramentas que funcionam”, destacou.

Valongo, disse ainda o edil, é um território de oportunidades muito bem localizado. “O PROT, o Plano Regional de Ordenamento do Território para esta zona escreve há muitos anos que Valongo é o concelho com melhor localização estratégica do ponto de vista da logística. Temos óptima localização, precisamos de empresários que tenham coragem e acreditem no futuro e que as autoridades a nível local e nacional estejam disponíveis para ajudar”, defendeu.

“Nunca me esqueço que todos os milhões de euros fazem sentido quando são bem investidos e procuramos exportações, mas no fim de linha é a vida das pessoas que está em causa”

A cerimónia de lançamento da obra contou com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias. O governante começou por frisar a importância destes investimentos na qualidade de vida da população. “São 50 famílias. Nunca me esqueço que todos os milhões de euros fazem sentido quando são bem investidos e procuramos exportações, mas no fim de linha é a vida das pessoas que está em causa. Isto pode mudar a vida de 50 pessoas. É essa a nossa melhor remuneração”, sustentou.

Realçando os mais de 1000 postos de trabalho criados em Valongo, o secretário de Estado não deixou de lembrar que, no ano passado, foram fechados 1.150 milhões de euros de novo investimento com 10 proveniências diferentes. “Hoje trabalhamos 21 proveniências diferentes de capital e gostávamos de em 2019 voltar a bater o recorde. Estamos a trabalhar para isso”, garantiu Eurico Brilhante Dias.

Mas este trabalho, garantiu, “só faz sentido se chegar às pessoas e aos territórios”. Para o membro do Governo, Portugal é um país com um bom sistema de incentivos financeiros, um bom sistema de incentivos fiscais e segurança, a segurança de uma economia que pertence à zona euro, com uma moeda de referência e que dá estabilidade aos investidores.

“Em 2018 voltamos a bater o recorde de exportações que são o motor fundamental do crescimento económico. Falamos com gosto e entusiasmo dos números, mas eles só são possíveis porque existem empresas como a Jetclass, são eles os protagonistas e quem transformou este país num país exportador. São os empresários os grandes motores da transformação de indústria portuguesa” e merecem reconhecimento, concluiu Eurico Brilhante Dias.