Num momento em que o Hospital Padre Américo atravessa um momento difícil e está sob pressão para dar resposta aos inúmeros internamentos provocados pela Covid-19, os membros da Assembleia Municipal de Penafiel, que decidiram abdicar das senhas de presença a que tinham direito ao comparecer às reuniões do órgão, entregaram uma cama para a unidade de cuidados intensivos, num valor de cerca de cinco mil euros, ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.
“Um acto simbólico”, mas muito valorizado pela direcção do CHTS, que pediu a todos gestos e atitudes que mostrem aos profissionais de saúde que a comunidade está do seu lado. “Temos profissionais que vivem momentos duros e dramáticos. Em particular os profissionais do nosso centro hospitalar, tendo em conta a dimensão que a pandemia tomou na nossa região. São horas seguidas em fatos incómodos e perante uma situação difícil”, salientou Carlos Alberto. “Temos de ser merecedores do comportamento deles e respeitá-los. Fomos vítimas de uma série de comportamentos menos responsáveis da comunidade e agora temos de lhe dar resposta. O hospital cá estará mesmo para tratar os irresponsáveis”, apontou o presidente do CHTS.
Cidadãos convocados a ajudar
Em nome dos eleitos da Assembleia Municipal de Penafiel, Alberto Santos, presidente do órgão, destacou “um gesto apartidário e de cidadania” para com a comunidade e o hospital que serve 5% da população do país. “É uma acto simbólico para ajudar a instituição a responder de forma mais eficaz. Um reconhecimento neste momento em que a região tem um dos maiores índices de casos no país”, frisou o presidente da Assembleia.
“Gostava de salientar que todos nós cidadãos estamos convocados para ajudar a vencer este momento difícil. Por muito que os profissionais de saúde e hospital se empenhem é impossível conter uma pandemia sem comportamentos a montante por parte dos cidadãos”, defendeu, pedindo a todos que ajudem a região e profissionais de saúde assumindo comportamentos adequados que evitem a transmissão do vírus.
“Deixo em nome de todos os penafidelenses uma palavra de solidariedade para com todos os profissionais desta casa onde estão 10% dos internamentos a nível nacional. É um esforço muito grande que está a ser pedido a este hospital. Esperamos que outras regiões do país estejam cada vez mais mobilizadas para ajudar a comunidade do Tâmega e Sousa”, realçou, apelando ainda aos cidadãos de Penafiel que “continuem a acreditar nas instituições”.
“Isto é simbólico, mas tem um simbolismo tremendo”, assumiu Carlos Alberto, referindo que a cama oferecida terá grande utilidade num hospital que vive um período difícil.
“É na adversidade que temos de unir esforços para dar à população a resposta que ela merece, isto está muito para além das guerras políticas e exige o esforço de todos e o respeito pelo trabalho dos profissionais. Esta é a prova das nossas vidas”, garantiu.