Moral da história: falar é fácil, fazer é que é difícil.
Vem isto a propósito de mais uma feira Capital do Móvel, a 47.ª, que abre hoje ao público, mas o que se tem verificado em cada nova edição é que tanto os visitantes como os expositores têm comparecido em menor número do que na anterior. Longe vão os tempos em que o pavilhão não chegava para tanta procura e os empresários faziam grandes negócios. Hoje, a feira é realizada numa situação financeira sufocante por parte da entidade organizadora, a Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), com uma direcção em gestão corrente por não haver pretendentes a tomar conta dos seus destinos.
O problema da indústria de mobiliário de Paços de Ferreira não é de agora, é um problema que se arrasta há mais de uma década. Mas agravou-se particularmente nos últimos três anos. É verdade que, enquanto estavam na oposição, os actuais membros do executivo municipal alertaram – e bem! – para o problema da indústria e da AEPF. No entanto, as ideias e promessas com que chegaram ao poder não têm tido, aparentemente, o resultado desejado.
A criação de uma nova marca, a Capital Europeia do Móvel, para além de ter tirado força à marca Capital do Móvel, parece ter vindo lançar confusão na estratégia de marketing e publicidade local: ao passo que a associação usa a marca Capital do Móvel, a Câmara Municipal usa a marca Capital Europeia do Móvel. Por outro lado, no local da realização da feira deveria estar a funcionar há quase três anos uma empresa vietnamita que, de acordo com anúncio feito pela mesma autarquia, nesta altura já teria investido mais de 200 milhões de euros, criado centenas de postos de trabalho e resolvido os problemas financeiros da AEPF.
Tal como na fábula de Esopo, nem sempre a concretização de boas ideias é tão simples como inicialmente se imaginava. Infelizmente.