Esta eleição ganha uma importância acrescida porque acontece a seguir ao momento em que o partido atingiu o pior resultado de sempre no distrito. Importa recordar que o PSD chegou a governar 11 das 18 câmaras do distrito. Hoje, está reduzido a cinco, e em coligação.
O melhor resultado do PSD aconteceu quando a distrital teve um líder que calcorreava o terreno e acompanhava de perto cada uma das concelhias. Desde que isso terminou, o partido entrou em declínio. Por isso, o que está em causa nestas eleições é saber se o partido vai continuar a apostar numa figura institucional ou se irá escolher alguém com experiência de terreno e disposto a acompanhar cada uma das concelhias.
O que distingue cada um dos candidatos? Rui Nunes é professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto, é uma figura respeitada, mas sem qualquer experiência de política autárquica. Tem tanta pressa em ser presidente da distrital que conseguiu apresentar a candidatura antes da convocação das eleições.
Outro dos candidatos é Alberto Machado, outro portuense, líder da concelhia do Porto e presidente da Junta de Paranhos. Segundo o que se vai dizendo nos bastidores de campanha, ter-se-á candidatado depois de Alberto Santos ter recusado a inclusão do seu nome para vice-presidente.
O outro candidato é Alberto Santos, o único que não é do Porto, ex-presidente da Câmara de Penafiel e da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa. Ao contrário dos outros dois candidatos, que representam facções do partido, Alberto Santos teve o mérito de reunir na sua lista apoiantes das duas correntes em oposição.
Se os militantes optarem por seguir a lógica de poder que garante o lugar de deputado aos mesmos de sempre, Alberto Machado vai ganhar. Se os militantes optarem por lutar para conseguirem voltar a conquistar as câmaras perdidas, Alberto Santos leva a vantagem.
Para refrescar a memória de quem precisar, importa recordar que, em 2001, Alberto Santos desalojou o PS de uma das câmaras que eram consideradas, na altura, bastiões socialistas.