Cerca de 1.000 militantes e dirigentes socialistas participam, este sábado, no XVIII Congresso da Federação Distrital do Porto do PS, que decorre no Pavilhão Rota dos Móveis, em Lordelo, Paredes.
Na sessão de abertura, Manuel Pizarro, recentemente reeleito presidente da Federação Distrital do Porto do PS, destacou que a iniciativa assinala “a vitalidade do Partido Socialista do distrito”, mas representa também um dia de reflexão conjunta e de definição da orientação política para os próximos dois anos.
Manuel Pizarro lembrou os resultados conseguidos pelo PS nas últimas autárquicas, em que conquistou 11 dos 18 municípios do distrito do Porto e realçou os casos de Paredes e Marco de Canaveses, onde o PS venceu pela primeira vez, e ainda a vitória “estrondosa” de Humberto Brito em Paços de Ferreira.
Mas o tempo, diz o presidente da Federação Distrital do porto, é de preparar o futuro. “Hoje temos uma gigante responsabilidade perante o país”, defendeu. “Sabemos bem o que representa a redução do desemprego e a criação de emprego, o que representa a recuperação dos rendimentos e o fim dos cortes impostos pela austeridade do PSD e do CDS, a importância do equilíbrio das contas públicas e de diminuir a dívida pública. Mas há um aspecto transcendente na acção política do actual governo que é central para a democracia do país. Está-se a recuperar a confiança dos portugueses na democracia, o que é essencial para a vida política do país”, sustentou Manuel Pizarro. “Este Governo está a mostrar aos portugueses que é verdade que os partidos não são todos iguais. Tudo isto aumenta a nossa responsabilidade. Somos nós que temos a responsabilidade histórica de conduzir o distrito e o país para níveis de maior desenvolvimento económico, no combate à pobreza e na melhoria da situação social corrigindo as desigualdades que persistem”, afirmou o socialista.
Por isso, a altura é para “construir uma agenda política” para o desenvolvimento do distrito com vista ao “progresso, coesão social e territorial”. E o PS está mobilizado, garantiu. “Numas eleições com candidato único mais de 4.000 militantes participaram na votação que elegeu os delegados e a mim como presidente. E além da moção de orientação política global proposta existem mais 20 moções sectoriais”, referiu.
Entre as principais metas para a acção da Federação Distrital estão a preparação das eleições europeias e legislativas. “Temos uma meta e uma ambição. Queremos uma vitória clara no distrito do Porto contra a direita, venha ela junta ou separada. Queremos ter muitos mais votos que o PSD e que o CDS, venham juntos ou separados”, concluiu Manuel Pizarro.
Alexandre Almeida defendeu luta pela descentralização de poderes
Também na sessão de abertura, o socialista Alexandre Almeida deu as boas-vindas a Paredes e traçou o retrato de um concelho com cerca de 86 mil habitantes, mais de 8.000 empresas não financeiras e em que a percentagem de jovens é superior à da média nacional e da Área Metropolitana do Porto.
Depois de o PS vencer as eleições de Outubro, o presidente da Câmara Municipal de Paredes lembrou que encontrou uma câmara “muito endividada, desorganizada e sem rumo”. “Aqui a direita, mostrou a sua incompetência e incapacidade e deixou provas que os princípios do neoliberalismo e megalomanias pessoais, quando juntos, são desastrosos para os cidadãos e para os territórios”, sustentou o autarca.
Apesar da “herança pesada”, o socialista argumentou que o novo executivo está a “trabalhar intensamente para encontrar o caminho certo para emendar as práticas erradas do passado e concretizar um conjunto de novas políticas”.
Alexandre Almeida defendeu ainda a luta pela descentralização de poderes do Estado para as autarquias que considerou um “grande desafio”. “É preciso explicar ao país e aos cidadãos o que verdadeiramente está em causa. Devemos lutar pela descentralização a favor de um país mais moderno, mais eficiente e mais desenvolvido”, afirmou.
José Carlos Barbosa, presidente da comissão política do PS Paredes, mostrou-se satisfeito com a realização deste evento partidário no concelho. “Ao fim de quase 44 anos de democracia em Portugal temos finalmente um congresso de um partido político em Paredes. O PS em Paredes tem aqui o seu grande momento de afirmação”, disse.
Estava prevista a presença do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, na sessão de abertura, mas o governante não conseguiu comparecer porque participa hoje em várias sessões da defesa da floresta. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros encerrará o congresso.