Mais de um centena de formandos do Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Lousada receberam, esta sexta-feira, o respectivo certificado correspondente ao Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) do 9.º ano e RVCC escolar de nível secundário 12.º ano, numa cerimónia que decorreu no auditório da Secundária de Lousada e contou com a presença do presidente da autarquia, Pedro Machado, do director do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Sousa Pinto e da e da chefe da Equipa Multidisciplinar de Dinamização Territorial da ANQEP, Regina Almeida.
“Para mim a conclusão do curso significou uma mudança na minha vida. Terminei o 12.º ano e isso permitiu ter outros objectivos e ingressar no curso de formação de agentes da Polícia de Segurança Pública, algo que sempre almejei atingir. Espero ultrapassar esta fase importante da minha vida com êxito”, disse, salientando que a conclusão do RVCC permitiu-se, no seu caso, deixar a sua antiga função e abraçar um novo projecto de vida.
“Trabalhava numa fábrica de móveis e já era meu objectivo entrar para a PSP”, frisou, salientando que o Centro Qualifica e os RVCC são uma mais valia para os formandos que querem concluir a escolaridade obrigatória e verem, assim, consolidados os seus conhecimentos.
“Frequentei o ensino diurno, mas por manifesto desinteresse da minha parte não conclui o 12.º ano. Depois de ter saído, pensei melhor, optei por querer fazer um curso superior e regressei novamente à escola”, afirmou, acrescentando que está, neste momento, a frequentar o curso de ciências empresariais, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras, do Instituto Politécnico do Porto.
“É uma nova fase da minha vida, mas foi graças ao curso de Educação e Formação de Adultos que consegui terminar o 12.º ano e estou, agora, a frequentar o curso de ciências empresariais. Deixei o ensino, mas felizmente voltei”, rematou, adiantando que está já no mercado de trabalho, usufruiu do estatuto de trabalhar/estudante e está a trabalhar numa empresa de plástico, com sede em Lousada.
Sobre o curso EFA, Francisco Ribeiro realçou que, cada vez, mais o 12.º ano é fundamental para integrar o mercado de trabalho, sendo os centros Qualifica e os RVCC e os cursos EFA, veículos para cimentar conhecimentos, evoluir e validar competências, tornando a integração do mercado de trabalho mais acessível.
“No meu caso, o que me levou a frequentar o curso foi uma aposta pessoal e querer progredir na carreia. Sempre estive ligado ao sector automóvel e atendendo às necessidades do dia-a-dia e às alterações que estão constantemente a surgir neste segmento, optei por fazer o curso de Educação e Formação de Adultos para melhorar as minhas habilitações”, expressou, concretizando que a aprendizagem é uma constante ao longo da vida.
“Por motivos profissionais fui obrigado a fazer o 9.º ano de escolaridade. Estes cursos são uma mais-valia e, agora, que fiz o 9.º ano vou fazer o 12.º ano. Quero apenas fazer uma pausa porque tenho um trabalho que exige um comprometimento total. Trabalho por conta própria e tenho de aproveitar todas as horas do dia”, sublinhou, confirmando que esta experiência lhe permitiu assimilar novos conhecimentos e estar em condições, no seu caso, de usufruir de determinados apoios ao nível dos fundos comunitários.
“Investimento nas pessoas é um activo fundamental”
O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, assumiu que o investimento nas pessoas é um activo determinante para qualquer território e autarquia que os seus executivos não podem descurar.
“O investimento mais importante que um país pode ter é o investimento nas pessoas. É evidente que para a qualidade de vida das pessoas são, também, fundamentais outros investimentos materiais, em obras, mas mais importante é o investimento na formação e educação”, apontou, reiterando que a autarquia tem feito ao longo dos anos uma aposta na formação e na educação dos seus recursos humanos.
O autarca concretizou que o grande desafio do seu executivo para este mandato é precisamente na formação.
“Depois de resolvidos todos os problemas de investimento na área da formação, é fundamental continuar a apostar nesta área, embora esta não seja uma responsabilidade directa das autarquias entendemos que devemos de ir mais além, ir ao encontro das expectativas da população desempregada que é cada vez menor, mas, também, para ir ao encontro das necessidades da população activa”, confessou, congratulando-se com o facto da maioria dos formandos que receberem o seu certificado já estarem no mercado de trabalho.
O chefe do executivo revelou, também, que é seu objectivo dispor de um espaço de formação no concelho direccionado para as áreas mais técnicas que não podem ser acolhidas nas escolhas do concelho por falta de condições materiais.
“São áreas que têm uma forte empregabilidade. Aliás existem empresas que têm necessidade de empregar pessoas em determinadas áreas e não existem respostas, neste momento”, reforçou, comprometendo-se a colaborar com todas as instituições e entidades que têm responsabilidades nesta área para concretizar o investimento.
“Agrupamento de Escolas de Lousada tem uma longa tradição de percursos formativos”
O presidente do Agrupamento de Escolas de Lousada, Filipe da Silva, realçou que o Agrupamento de Escolas de Lousada tem uma longa tradição de percursos formativos que disponibiliza à comunidade.
O responsável pelo Agrupamento de Escolas de Lousada reconheceu que a aprendizagem não é um algo de estanque, mas algo de que está em transformação e se faz ao longo da vida..
“Tempos houve em que a aprendizagem se circunscrevia a um tempo determinado e depois disso se fechava o ciclo de formação. Hoje cumpre-se o ditado popular: aprende-se até morrer, enriquecendo-nos de conhecimento e contribuindo para a melhoria da sociedade em que estamos inseridos”, adiantou, assumindo i empenho, o profissionalismo e a paixão pela educação são denominadores comuns a todos os actores que trabalham no Agrupamento de Escolas de Lousada.
“Neste dia em que fechamos mais um ciclo de estudos, o meu orgulho é enorme assim como a alegria de saber que os vemos partir mais ricos do que aqui chegaste e que obviamente mais ricos, também, nos deixam”, manifestou.
Filipe da Silva confessou, também, que o Agrupamento de Escolas de Lousada realiza, ao longo do ano, inúmeras actividades lectivas e extra-lectivas junto da comunidade com o objectivo de tornar o ensino ministrado mais atractivo.
“Não temos a veleidade de ser perfeitos, mas o que nos importa é ter a certeza que todos juntos atingimos objectivos programados num projecto comum que tem imanente um conjunto de valores que levarão à construção de uma sociedade mais sábia porque sensível aos problemas que nos cercam numa atitude constante de amor pelo próximo”, sustentou.
“Todos sabemos do esforço que é preciso fazer para voltar à escola, mas, também, defendo a satisfação que muitos dos formandos devem sentir por terem optado por dar esse passo e descobrirem o potencial e ajudarem a potenciar o território”, afiançou.
Regina Almeida defendeu, também, o investimento nas pessoas, transformando-se numa competência essencial para o sucesso dos territórios, das organizações e empresas.
“Se há investimento que é fundamental para que os outros investimentos que uma autarquia e um território possam fazer, esse investimento é nas pessoas. Só as pessoas podem potenciar todos os outros investimentos”, asseverou, confirmando que “não há mundo livre, nem democracia com a ignorância”.
“Empresas são parceiros estratégicos da formação”
“Só quem conhece várias possibilidades pode fazer escolhas livres e essa é a importância da qualificação”, avançou.
Jorge Araújo, da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares Norte, realçou o esforço dos formandos que, agira, terminaram a sua certificação e relevou o papel das empresas que em articulação com os mais diversos agentes e actores do território tem contribuído para fomentar a formação e a valorização, certificação do seus activos.
“Aproveito para felicitar os empresários que permitiram que os seus funcionários pudessem ter assimilado conhecimentos e concluído este trajecto fundamental das suas vidas. A comunidade empresarial trabalhou bem com as escolas, a autarquia no sentido de proporcionar os conhecimentos necessários aos seus formandos. Vale sempre a pena saber um pouco mais e fazer o sacrifício de adquirir novos conhecimentos e e saber trabalhar em grupo e em equipa. É em equipa que o país se desenvolve”, concretizou.
“Programa Qualifica é uma mais-valia para as empresas, contribuindo para a melhoria do nível de qualificações e de vida da comunidade local, facultando ferramentas aos formandos que no seu trabalho vão acrescentar mais valor nas suas funções e tarefas”
Francisco Rocha, responsável pela manutenção e infraestruturas de uma empresa no concelho de Lousada, constatou que a formação constituiu um importante veículo de valorização, quer para as pessoas quer para as empresas e organizações.
“A diferença está nos acivos humanos e é aí que temos de nos evidenciar”, assumiu, manifestando que o Programa Qualifica é uma mais-valia para as empresas, contribuindo para a melhoria do nível de qualificações e de vida da comunidade local, facultando ferramentas aos formandos que no seu trabalho vão acrescentar mais valor nas suas funções e tarefas.
A este propósito, Paulo Monteiro evidenciou que o Centro Qualifica tem feitos sessões de esclarecimento nas juntas de freguesia em parceria com a rede social e o Centro de Emprego.
“É necessário trabalhar com as empresas e apelar para o interesse da qualificação e formação dos seus recursos humanos. As empresa estão cientes da qualificação dos seus funcionários mostram-se receptivas pois percebem que a qualificação dos seus funcionários é fundamental para a qualificação das suas empresas”, declarou, defendendo um trabalho de rede entre os vários parceiros do concelho, mas, também, ao nível da CIM do Tâmega e Sousa ao nível da valorização dos seus recursos humanos.