Segundo o presidente da Câmara de Paços de Ferreira e da Associação de Municípios do Vale do Sousa (AMVS) o objectivo é obter mais informação para decidir o futuro da associação. “Consideramos, os seis municípios que este é o momento de reflectir sobre o posicionamento desta sub-região do Vale Sousa face ao próximo quadro comunitário de apoio, respondendo de forma assertiva aos desafios presentes e futuros que a todos se colocam”, defende.
“Ainda sem o estudo com cenários revia-me mais num modelo que tivesse como centro o Sousa do que num com uma AMP mais alargada”
A informação, já divulgada na semana passada, em reunião de executivo da Câmara de Lousada, por Pedro Machado, foi agora confirmada por Humberto Brito.
Um outro, avançou, iria equacionar “todos os cenários possíveis para a Associação de Municípios do Vale do Sousa”. “Com a criação da CIM do Tâmega e Sousa a AMVS perdeu muita da influência e da área de actuação que tinha. Continuamos a considerar que poderá ser útil, até porque nunca podemos perder de vista que ela surgiu porque estes seis municípios entendiam que há uma identidade própria e problemas comuns que poderiam ser resolvidos de forma articulada. Há um capital de experiência que não nos motiva a equacionar o cenário da extinção”, adiantou o presidente da Câmara de Lousada, lembrando projectos como a Ambisousa e a Rota do Românico.
Afirmando que as realidades “tão diferentes” entre os municípios do Sousa e os do Douro e Tâmega “não têm sido fáceis de ultrapassar”, Pedro Machado disse que seriam estudados “a extinção da associação, a integração de alguns municípios na AMP ou a criação de uma nova CIM com os municípios do Sousa, porque existe massa critica para o efeito”, argumentou.
Questionado, o edil disse não ver como “cenário provável”, pelo menos nesta altura, a saída de Lousada para a AMP. “A AMP já tem uma escala demasiado grande e há municípios que já não são bem área metropolitana e eu não gosto de ser pequeno no meio dos grandes”, comentou. “Ainda sem o estudo com cenários revia-me mais num modelo que tivesse como centro o Sousa do que num com uma AMP mais alargada, mas estou disponível para equacionar todos os cenários”, salientou.
“Partimos para este estudo sem qualquer preconceito ou decisão tomada”
Contactado pelo Verdadeiro Olhar, Humberto Brito confirmou a existência do estudo. “Tendo assumido em 11 de Dezembro de 2017 a presidência da associação de municípios entendi que era importante repensar o futuro desta associação tendo em consideração que muitas das suas competências foram transferidas para a CIM do Tâmega e Sousa. Neste sentido, e depois de auscultados os presidentes dos municípios que compõem esta associação, decidimos contratualizar a elaboração de um estudo à Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a apresentar no prazo de três a quatro meses, que nos permita obter a informação necessária para decidir sobre o futuro da associação, onde se inclui uma eventual constituição da CIM Sousa”, explicou o presidente da Câmara de Paços de Ferreira.
Humberto Brito salientou ainda o potencial do Vale do Sousa, uma região onde residem mais de 350 mil pessoas, existem mais de 30 mil empresas com um volume de facturação superior a 6,5 mil milhões de euros anuais e que tem um “pujante sector industrial, designadamente, nas áreas do calçado, têxtil e mobiliário”. Nestes seis concelhos, onde se inclui Paredes, que já integra a AMP, há uma “efectiva e real identidade entre os municípios”, pelo que, diz o presidente da AMVS, é “o momento de reflectir sobre o posicionamento desta sub-região do Vale Sousa face ao próximo quadro comunitário de apoio, respondendo de forma assertiva aos desafios presentes e futuros que a todos se colocam”.
Questionado sobre quantos municípios integrariam esta nova comunidade intermunicipal, já que Paredes já está na AMP, o autarca disse que essa questão é, para já, “extemporânea”.
Por outro lado, Humberto Brito tinha prometido, aquando da última campanha eleitoral, que um dos objectivos seria integrar Paços de Ferreira na Área Metropolitana do Porto. “No caso do concelho de Paços de Ferreira a questão ficou decidida nas últimas eleições autárquicas, porque se tratou de matéria submetida ao voto popular, tendo em conta que essa era uma das propostas constantes do nosso programa eleitoral”, assume.
“Todavia não deixo de manifestar o interesse do município em esgotar o estudo de outras soluções que possam resultar num beneficio maior para a nossa população, tendo em conta a nossa identidade manifestamente urbana e a ligação natural aos concelhos do Grande Porto, de que fazemos parte, e onde se inclui um dos desafios mais relevantes para Paços de Ferreira que é a questão da mobilidade”, conclui o edil.