Sei perfeitamente, que para algumas pessoas, pode causar estranheza e até alguma incompreensão, elogiar acções levadas a cabo em Penafiel, mas a política exige cada vez mais respeito e acima de tudo seriedade e honestidade intelectual.
Reconhecer o que se faz bem, é um acto de lucidez e acima de tudo, um hino que fazemos ao nosso concelho; ignorar esse facto e criticar tudo o que se faz, além de intelectualmente ser desonesto, revela uma pequenez de espírito não compatível com a grandeza do nosso concelho, que figura no leque restrito dos concelhos com mais história do país.
Sempre fiz isso e farei, porque na vida pública e politica não pode nem deve valer tudo, e nada mais reconfortante do que fazermos as coisas sem interesse e por convicção, e deitarmo-nos descansados com o sentimento de justiça realizado e do dever cumprido.
Recentemente, na Câmara Municipal houve um consenso numa proposta apresentada pelos vereadores do PS, sobre a necessidade da construção urgente de uma rotunda na saída da A4 – nó Penafiel Centro/Novelas, mais precisamente no entroncamento lá existente.
A proposta de recomendação foi alvo de ajustamentos das forças políticas com assento no executivo municipal, tendo sido aprovada por unanimidade na penúltima reunião.
Esta consonância de propósitos, e não de políticas, fortalece o poder reivindicativo que Penafiel deve ter junto da tutela, e dos diferentes órgãos desconcentrados do Estado.
A isto se chama convergir em prol de um bem maior, que é e será sempre Penafiel e os Penafidelenses.
Uma freguesia, um concelho, um país, deve muitas vezes deixar de lado a guerrilha e intriga permanente que não resolve problemas estruturais nem de fundo das nossas comunidades, servindo apenas para dar algum poder e visibilidade efémeros, a quem quer estar sempre do contra, porque acham (ainda que legitimamente), que é assim que deve ser.
Um partido com a história do PS, tem a responsabilidade e o dever de, em cada crítica que faça, apresentar uma proposta alternativa e exequível.
Sempre fizemos isto, designadamente ao nível da vereação municipal, podendo os Penafidelenses constatarem isso mesmo, nos documentos oficiais de acesso e consulta livre.
De igual forma, as críticas recorrentes que fazemos, são sustentadas e fundamentadas por entidades oficiais, como recentemente se pode verificar pela consulta dos dados da Direcção Geral das Autarquias Locais – DGAL, que colocam Penafiel na “lista negra”, dos concelhos com pior prazo de pagamento a fornecedores.
Andamos a falar nisso há anos, e como se vê, com razão!
Na última reunião da câmara municipal, insurgi-me contra a morosidade na entrega do mapa de tesouraria no que ao pagamento aos fornecedores diz respeito, para podermos analisar se todos os fornecedores recebem a cerca de 200 dias, porque não queremos acreditar, mas duvidamos até prova em contrário, que possam existir discriminações positivas/ou negativas, consoante os casos.
Recordo-me bem, que fizemos pelo menos uma proposta no mandato anterior, para a CMP reduzir o prazo de pagamento numa fase inicial até 60 dias, e posteriormente para 30 dias.
Esta proposta séria, credível e exequível, tem esbarrado sistematicamente na coligação Penafiel Quer, que conta com mais um eleito do que a oposição (5-4), mas que seria uma grande noticia e uma lufada de ar fresco para todos os fornecedores municipais.
Vemos com apreensão estes factos, assim como as prorrogações sistemáticas de obras iniciadas em período de pré campanha eleitoral, a troco de votos, e que surtiu inegável efeito, mas que agora mais parecem obras de “Santa Engrácia”, que duram, duram e duram.
Exemplos concretos desta situação, temos a Rotunda de Oldrões e a Expansão/Alargamento do Parque da Cidade.
Em Abril deste ano, foi com grande satisfação que assisti e tomei parte em Penafiel, de uma iniciativa francamente positiva para o concelho, com a constituição do Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE).
Penafiel, tem uma enorme diáspora nos mais diversos locais do globo, ainda que, com particular incidência na Europa, e este gabinete ajudará a minorar algumas dificuldades dos nossos concidadãos, assim como ajudará a uma melhor integração dos portugueses que entretanto regressam ao país e, neste caso, ao concelho de origem.
Onde quer que estejamos, o que quer que façamos, devemos pensar na nossa comunidade e deixar um pouco do que aprendemos ou do que podemos fazer nas nossas terras.
Tal como alguém tempos idos disse: “não devemos perguntar o que o país pode fazer por nós, mas o que podemos fazer pelo país”; esta máxima tem igualmente tradução prática, nos territórios onde vivemos e onde temos responsabilidades.
Se nos proporcionaram algumas ferramentas para podermos trabalhar e fazer algo, há que as aproveitar e fazer, sem calculismos nem tacticismos, porque os homens passam mas as obras ficam, e quem ganha são as comunidades.
Sempre manterei esta senda, criticar com responsabilidade e elogiar com seriedade, respeitando a idiossincrasia dos territórios, para podermos com humildade e justiça pedir ao eleitorado que confiem em nós, não apenas para mudar por mudar, mas para se ser uma alternativa sólida, coesa, responsável, solidária e amiga.