O vereador do pelouro da Educação da Câmara Municipal de Paredes, Paulo Silva, afirmou esta quinta-feira, no salão nobre dos Paços do Concelho, que o concelho não tem refugiados, mas está receptivo a acolhê-los. O autarca falava no âmbito de uma sessão do projecto europeu EU CAN – European Counter and Alternatives Narratives Network, cujo encontro decorreu no município e contou com a presença de representantes de 11 países europeus.
“Não temos refugiados, mas a haver uma nova vaga e uma necessidade há abertura para isso, estamos receptivos. Temos um historial muito ligado às migrações e ainda recentemente com a crise da Troika muitos paredenses tiveram a que abandonar o seu concelho. Somos uma região com algum historial de emigração e imigração. Num passado recente tivemos cá uma grande comunidade migratória, imigrantes de países de leste, que também deram o seu contributo, felizmente a situação económica dos seus países de origem melhorou e muitos destes regressaram ao seu país, mas também deixaram aqui um legado um conjunto de tradições. Há toda esta ligação que não podemos esquecer”, disse.
“O objectivo é criar uma dinâmica de interligação entre municípios, a forma como cada um aborda estes temas, quais os principais problemas que se encontram em cada um desses municípios e encontrar soluções em conjunto que irão ser apresentadas à União Europeia. No final será redigido um relatório com várias medidas e soluções que permitam dar respostas a estes problemas”, frisou.
No âmbito deste encontro, Paulo Silva destacou que o município tem fomentado ferramentas educacionais junto das escolas e até das associações juvenis com o objectivo de equipar as comunidades locais para responder aos problemas da intolerância e da discriminação.
“Há pouco tempo realizamos várias diligências no sentido de apoiar uma candidatura à Embaixada da Juventude, uma associação juvenil do município de Paredes que teve a primeira oportunidade de participar num projecto destes, uma visita de estudo a Jerusalém que serviu para fazer contactos com parceiros, criar uma rede de contactos”, sustentou.
“Estávamos habituados a que as obras fossem o foco, mas também queremos explorar outros temas e envolver as pessoas na discussão destes temas”
O autarca avançou, ainda, que o município está a proceder em colaboração com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) ao registo das muitas associações juvenis que existem no concelho no registo nacional de associações juvenis.
“O nosso objectivo é que haja cada vez mais jovens a participar neste tipo de iniciativas. São competências que damos, é uma forma diferente de trabalhar a educação, trabalhar a cidadania porque estamos a falar de competências que vão possibilitar a estes jovens conhecer novas realidades, vivenciar experiências novas, conhecer a Europa, a sua história e os seus valores e o seu papel na discussão de temas relevantes como os refugiados, as migrações e outros”, sustentou, reiterando que os temas como a cidadania, igualdade de género, são áreas que o município pretende explorar e trazer para à discussão pública.
“Estávamos habituados a que as obras fossem o foco, mas também queremos explorar outros temas e envolver as pessoas na discussão destes temas”, confessou.
O EU CAN – European Counter and Alternatives Narratives Network está integrado no programa “Europa para os cidadãos – participação democrática e participação cívica” e engloba a Albânia, Bélgica, Bulgária, Itália, Lituânia, Roménia, Grécia, Macedónia, Espanha e Portugal.
O projecto teve início a 1 de Janeiro deste ano e termina a 15 de Julho de 2019.