Um homem acusado de ter matado a mulher à porta de uma fábrica de calçado em Felgueiras vai começar a ser julgado, a 10 de Fevereiro, no Tribunal de Penafiel, pelos crimes de homicídio qualificado agravado e detenção de arma proibida.
Segundo a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, “o Ministério Público (MP) considerou suficientemente indiciado que o relacionamento do arguido e da vítima, sua esposa, fora sempre marcado pelo domínio daquele, que controlava os movimentos da esposa, sendo o arguido uma pessoa ciumenta, chegando mesmo, em algumas ocasiões, a exibir-lhe uma arma de fogo, com o intuito de ameaçar e aterrorizar a esposa”.
O casal, que casou em 1997, vivia em Lousada e foi na habitação que a 4 de Junho de 2022, “gerou-se uma discussão”, tendo o arguido “agarrado e empurrado a esposa, apertado o pescoço e empunhado uma faca com cerca de 35/40cm de comprimento na direcção da esposa”, descreve o MP. “De seguida, o arguido muniu-se de uma espingarda com dois canos sobrepostos ao mesmo tempo que dizia que matava a esposa, sendo impedido de continuar com a conduta agressiva por familiares que ali se encontram presentes”, acrescenta a informação divulgada.
Inconformado com uma alegada traição da esposa, o homem recuperou a espingarda e, a 6 de Junho, pelas 7h50, foi até à porta da fábrica onde a mulher trabalhava, em Felgueiras, e aguardou que chegasse. Assim que a vítima chegou, num carro conduzido pela irmã, o arguido atravessou-se com o carro à frente delas e ordenou à mulher que saísse do carro, ameaçando-a.
“Já no exterior do veículo automóvel, e quando se encontrava a cerca de um ou dois metros, o arguido efectuou um disparo na direção da esposa que a atingiu na zona mamária do lado esquerdo, que a fez cair ao chão, e encontrando-se a ofendida no chão o arguido efetuou um segundo disparo que a atingiu na zona abdominal, provocando-lhe a morte face à gravidade das lesões causadas pelos disparos”, alega o MP.
O homem entregou-se à GNR algumas horas depois do crime e está em prisão preventiva.