No dia em que termina o prazo legal para os privados limparem os terrenos florestais contíguos a habitações, a Câmara Municipal de Paredes faz um balanço positivo dos trabalhos no concelho e adianta que entre 50% a 60% dos 600 hectares de terreno identificados já foram limpos.
“Os paredenses aderiram positivamente. Muito foi feito, mas nem tudo está feito. Estou satisfeito com a atitude dos habitantes do concelho” face à necessidade de cumprir os prazos legais, afirmou o vereador da Protecção Civil, durante um encontro com jornalistas.
Elias Barros lembrou que foram realizadas quatro sessões de esclarecimento no concelho, que tiveram boa afluência, e que também já começaram a ser contactadas as entidades responsáveis pela limpeza das faixas de gestão de combustível nas auto-estradas e estradas nacionais que atravessam o concelho. A Câmara de Paredes, afiançou o autarca, irá igualmente proceder à limpeza das estradas municipais até 30 de Abril, sobretudo nas freguesias de maior risco – Aguiar de Sousa, Recarei e Sobreira -, mas também na via Rota dos Móveis, em Lordelo, ou na zona do Cruzeiro, em Baltar, deu como exemplo.
“A partir desta fase, a câmara vai substituir-se aos proprietários com a imputação dos devidos custos”, lembrou o responsável pela Protecção Civil do município. A fiscalização será feita a partir desta sexta-feira pela GNR com o apoio da polícia municipal. “O objectivo não é aplicar coimas é que a limpeza seja feita”, sustentou.
Câmara conta gastar 40 mil euros na limpeza dos terrenos
Neste processo, a autarquia acredita que vai gastar cerca de 40 mil euros a limpar os terrenos dos incumpridores e as faixas de segurança nas vias municipais. Um trabalho que será contratado a uma empresa externa ao município. O presidente da Câmara Municipal, Alexandre Almeida, confirmou ainda que vão recorrer ao financiamento do Governo para este fim.
O objectivo é ter os 600 hectares de terrenos florestais do concelho limpos até 31 de Maio.
Sobretudo no mês de Fevereiro, o Gabinete Técnico Florestal do município recebeu, em média, 40 chamadas diárias da população a solicitar esclarecimentos. As questões prendiam-se essencialmente com a distância entre árvores e das árvores às habitações. Miguel Rodrigues confirmou também que nota que os proprietários têm tido dificuldade em arranjar mão-de-obra para a limpeza dos terrenos e que os preços têm inflacionado.
No final da sessão, Alexandre Almeida salientou que “quem não conseguiu fazer até agora a limpeza tem que continuar a fazê-la”. “A fiscalização vai existir e as pessoas vão ser notificadas na mesma a dizer que estão a incumprir, mas se limparem até 31 de Maio não será levantado o auto”, explicou.
Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que não serão aplicadas multas se até Junho as limpezas estiverem “efectivamente concluídas”.