Já deviam estar a caminho, munidos de esperança e de fé, muitos para cumprir promessas, mas, este ano, a pandemia COVID-19 trocou as voltas às centenas de peregrinos que partem desta região rumo ao Santuário de Fátima, apoiados por três instituições de Paredes.
Ao todo eram 1.100 os inscritos, dos concelhos limítrofes, mas também de outros pontos do país e emigrantes. Quase 300 voluntários iam dar apoio.
A logística é grande e a procura é muita, pelo que as organizações da Associação Nossa Senhora dos Remédios – Obra de Bem Fazer, Obra de Caridade ao Doente e ao Paralítico (OCDP Paredes) e do Rancho Regional de Paredes, que estavam a preparar as coisas desde o início do ano, se viram forçadas, perante a evolução da situação no país, a cancelar as peregrinações.
Para assinalar o 13 de Maio, a instituição, que tem a sopa solidária suspensa, pretende entregar cabazes às famílias carenciadas que costumam apoiar.
Esta seria a 28.ª vez que a Obra do Bem Fazer ia organizar a peregrinação a Fátima. “Nossa Senhora assim não quis”, comenta Luís Almeida. “Tivemos de cancelar. Abrimos as inscrições a 6 de Janeiro e no dia 10 estavam esgotadas. Tínhamos cerca de 500 inscritos. 340 mantêm-se para o próximo ano. E para já não aceitamos mais porque não sabemos como vai ser”, adianta. “As pessoas ficaram tristes e desiludidas, mas todos perceberam”, refere o responsável pela Obra. “Já devíamos estar a caminho”, acrescenta.
Durante o dia de hoje, Augusto Moreira já tinha recebido “várias mensagens de pessoas tristes, muitas a chorar, porque hoje era o dia em que se faziam à estrada”. “Temos peregrinos que vão a Fátima há 20 e 30 anos”, explica.