A contrariar esta tendência, a Assembleia Municipal de Valongo, reunida no passado dia 28 de Junho, à noite, no Fórum de Ermesinde, foi confrontada com a apresentação de uma Moção de censura à Câmara, Moção que, no seu texto, acabava por atingir também o próprio Presidente da Assembleia Municipal, pela sua alegada responsabilidade na condução da discussão do tema e processo que deu origem à Moção.
Apresentada por um Deputado Municipal eleito na lista do próprio Partido Socialista, (na condição de Deputado independente) a Moção versava sobre a deficiente (segundo o Deputado) capacidade de resposta do Município, através do seu Plano Municipal para a Defesa da Floresta Contra Incêndios, uma vez que este se mantém inalterado desde a sua aprovação, em 2008, e, por isso, mesmo inadaptado.
Não ficando desmentida a afirmação da falta de capacidade de resposta por parte do Município, que através do Presidente da Câmara preferiu atribuir-lhe menor importância, classificando-o como brincadeira de coisas sérias na Assembleia.
Pela voz indignada dos eleitos da CDU foi perguntado? Então falar das nossas dificuldades e deficiências perante um enorme problema como o perigo de incêndio na nossa floresta e da necessidade de nos preparar para lhe fazer frente é brincar com coisas sérias? Então as Assembleias Municipais são encaradas pelo Presidente da Câmara como um local para brincadeiras?
E numa atitude responsável a CDU, que perante as conclusões da discussão possível, uma vez que os Deputados Municipais do PS perante assunto tão importante se limitaram apenas a mandar umas bocas aparte, o que é lamentável, propôs: Que a Moção fosse retirada e fosse permitido ao Presidente da Câmara, estudar melhor o assunto e que na Assembleia Municipal seguinte fosse prestada uma informação mais cabal sobre o que realmente estava a ser feito e o que se previa fazer no imediato.
Esta posição da CDU inicialmente foi aceite condicionalmente pela maioria da Assembleia e até pelo próprio promotor da Moção.
Só que em vez de contribuírem para uma melhor discussão e posterior e positiva conclusão, alguns Deputados Municipais optaram pela irresponsabilidade e achincalhamento do assunto, o que levou uma boa parte da Assembleia a exigir que a Moção não fosse retirada e que fosse mesmo a votação.
O resultado da votação da Moção acabou por ser uma grande surpresa para muitos, porque não foi aprovada apenas por um voto.
E optando como sempre pela ponderação, a CDU, abstendo-se, evitou que a Moção de Censura fosse aprovada e deu oportunidade ao Presidente da Câmara de melhor reflectir e de melhor se preparar sobre o assunto.