Para o CDS-PP Paredes os primeiros 100 dias do executivo socialista na Câmara Municipal de Paredes trouxeram mais “indicadores preocupantes” do que a “verdade” prometida.
Em conferência de imprensa, os centristas deixaram duras críticas ao executivo liderado por Alexandre Almeida. “Ou está tudo como dantes ou a mudança foi para pior e a verdade transformou-se em mentira”, acusou o presidente da comissão política do CDS. “A desculpa da dívida acabou”, sustentou.
Em causa estão várias questões, como a não realização de uma auditoria às contas da autarquia, que o CDS exige, o não cumprimento da promessa de pagar os manuais escolares, o aumento do IMI e os “jobs for the boys” criados neste curto período.
“Quem acredita que, sendo vereador há oito anos, (Alexandre Almeida) desconhecia a realidade financeira do município?”
O líder centrista deixou ainda acusações. “Foi nos últimos oito anos que a câmara de Paredes mais aumentou as suas dívidas. Nesses oito anos Alexandre Almeida já era vereador. Das duas, uma: ou não quer que se saiba porque foi cúmplice do endividamento inútil da autarquia ou a mudança que prometeu aos seus eleitores é apenas mais da mesma falta de transparência e de rigor que caracterizou os mandatos do PSD. Mudar só por mudar não muda nada! Alexandre Almeida mentiu e enganou os eleitores”, argumentou, afirmando mais uma vez que o CDS exige uma auditoria para compreender a real situação das contas municipais.
José Miguel Garcez lembrou ainda outra promessa que não foi cumprida: a da descida do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). “Alexandre Almeida e o PS prometeram baixar o IMI, para 0,3%, em Janeiro de 2018. Não baixou. Manteve-se ao nível das taxas mais altas (0,4%) e acima da maior parte os municípios da região”, salientou, criticando o facto de o executivo socialista se ter escudado no desconhecimento da situação financeira da autarquia. “Quem acredita que, sendo vereador há oito anos, (Alexandre Almeida) desconhecia a realidade financeira do município?”, pergunta o CDS.
O partido sustenta ainda que a não redução do IMI prova que “ou Alexandre Almeida mentiu por não saber se podia cumprir ou, sabendo, prometeu o que não podia cumprir”.
“Quantos contratos já fez para criar ‘jobs for the boys and girls’ do PS”
José Miguel Garcez, que nesta conferência de imprensa esteve ladeado pelos seus vice-presidentes, Ana Raquel Coelho, António Macedo Lemos e Jorge Ribeiro da Silva, deixou ainda no ar uma suspeita: “Alexandre Almeida e o executivo do PS não baixaram o IMI para, com o diferencial, criar uma almofada financeira que lhe permitiu, nestes três meses, com dinheiro dos contribuintes, encher, ainda mais, a câmara de jobs for the boys, pagando promessas eleitorais”.
De fora dos temas abordados não ficou a questão dos manuais escolares, “que o PS já prometia desde 2013”. A promessa, diz o CDS, era oferecer os manuais a todos os alunos, o que não aconteceu. “Só comparticipou na aquisição dos manuais escolares aos alunos que não eram apoiados pelo Ministério da Educação. Em resumo, prometeu a todos e só pagou uma parte e, nestes, só os agregados familiares com mais rendimentos foram contemplados, ou seja, tirou aos pobres para dar aos ricos”, defende o partido da oposição. Além disso, a promessa foi pagar em Novembro e nem em Janeiro isso aconteceu, salientou.
A comissão política do CDS-PP Paredes disse-se também preocupada com uma deliberação da câmara municipal que alargou por um ano o período de discussão das alterações ao Plano Director Municipal.
À baila veio ainda a doação dos terrenos da antiga escola de Baltar à Misericórdia de Paredes. “A autarquia não tinha doado os terrenos da antiga escola de Baltar à Misericórdia de Paredes? Depois disso, Celso Ferreira não vendeu parte desse terreno? Que fez Alexandre Almeida para corrigir o erro de Celso Ferreira? Nada!”, afirmou o centrista.
Falando num “vazio de ideias” do novo executivo, José Miguel Garcez lançou ainda a próxima promessa eleitoral que acredita que Alexandre Almeida não irá cumprir, a construção de um pavilhão multiusos.