O CDS Paredes afirmou, esta segunda-feira, em conferência de imprensa, realizada junto ao Complexo Desportivo das Laranjeiras, que a escritura de aquisição dos imóveis que constituem este Complexo Desportivo não foi ainda realizada.
O candidato à Assembleia Municipal de Paredes, Jorge Ribeiro da Silva, escudando-se numa informação da administradora da insolvência, do dia 3 de Agosto de 2017, afirmou que a realização da escritura pública não se realizou porque estariam a aguardar a disponibilidade da Câmara de Paredes para a outorgar.
Segundo Jorge Ribeiro da Silva, a questão da recompra não passará de mais “um embuste”.
“Não deixa de ser interessante perceber que estes terrenos foram à venda em processo de insolvência e a única prova que temos da existência dessa recompra é uma fotografia. E se nessa fotografia o actual presidente da câmara e aquele que se propõe à sucessão ficam bem no boneco, acho que ficam um bocado mal no papel da escritura. Em momento algum foi questionado como, quando, e de que forma é que foi pago. Por que é que passados oito meses ainda não foi realizada a escritura? Por que é que em Fevereiro de 2017, isto é público, qualquer pessoa que queira consultar na conservatória de registo predial poderá ver que nem o segundo processo de insolvência está registado nem a compra pela câmara municipal está registada”, afirmou.
Aos jornalistas, o candidato do CDS-PP à Assembleia Municipal, revelou que, em simultâneo à aquisição, o banco BCP, que era o credor que emprestou dinheiro à Guedol para comprar os terrenos à câmara, cedeu o crédito a uma outra entidade, que, curiosamente, também tem sede em Paços de Arcos, tal como a Guedol.
“A questão que se coloca é por que passados todos estes meses não houve da parte do município um impulso de fazer a escritura. O processo de insolvência corre em Sintra e a verdade é que de todos os imóveis que constituem massa insolvente da Guedol, adivinhem quais são os terrenos de que falta fazer a escritura? São estes”, avançou, frisando que existe um processo aquisitivo e judicial que “está em águas de bacalhau”.
“Isto não saiu da fotografia, continua a ser vendido tanto pelo executivo como pela oposição como um facto consumado”, assegurou.
“O município de Paredes foi a única entidade que se apresentou a adquirir estes imóveis, o valor base era um milhão e quatrocentos mil e não sei a que título a câmara compra por um valor superior de 200 mil. Sem concorrência e com o direito de preferência que já lhe assiste por lei. Gostaria que fosse esclarecido por que é que Paredes, estando envidado, somos dos municípios mais endividados do país, se dá ao luxo de deixar uma gorjeta de 200 mil euros?” questionou Jorge Ribeiro da Silva.
“Para que a câmara execute despesa no valor superior a mil vezes o salário mínimo nacional a autorização tinha de ser concedida pela Assembleia Municipal e a Assembleia Municipal passou ao lado da tal recompra e da tal fotografia das laranjeiras”, referiu.
Recordando o processo das Laranjeiras, que iniciou em 2008, o candidato do CDS relembrou que a empresa que adquiriu os terrenos foi declarada insolvente em 2011, tendo o processo arrastado-se quatro anos e terminado em 2015 altura em que apareceu um segundo processo.
Jorge Ribeiro da Silva esclareceu ainda que em 2015 houve uma alteração ao Plano Director Municipal da cidade de Paredes, votada por unanimidade, deixando a mesma de ser zona de comércio para passar a ser uma zona de construção de alta densidade.
“Ou seja, o estádio ia abaixar, o pavilhão ia abaixo e ia ser construído um aranha céus com uma volumetria de rés-do-chão mais seis”, asseverou.
Criar uma nova centralidade junto à zona das Laranjeiras
Joaquim Ferraz, candidato pelo CDS à Junta de Freguesia de Paredes, lamentou o estado de abandono em que se encontra o gimnodesportivo e o Complexo das Laranjeiras.
“Esta situação simboliza tanto a falta de acção do actual executivo da junta de freguesia de Paredes que está, com prejuízo para todos, há tempo de mais no poder, como a ausência da oposição ao longo destes anos”, disse, lembrando que a área escolar que está próxima do complexo desportivo é frequentada por quatro mil crianças e jovens e é necessário revitalizar esta zona.
“Propomos celebrar protocolos com agrupamentos escolas que possibilitem o desenvolvimento de actividades na zona desportiva como o hóquei em patins, voleibol, andebol, ginástica, futebol entre outras ”, avançou, realçando a necessidade de se criar uma nova centralidade na cidade, que permita animar o comércio e ao mesmo tempo fomentar políticas de mobilidade nesta zona.
A conferência de imprensa contou com a presença do candidato à Câmara Municipal do CDS, José Miguel Garcez.