O projecto Casa Cabo de Vila, em Bitarães, da responsabilidade do gabinete de arquitetura e design Spaceworkers, com sede em Paredes, foi distinguido pelo German Design Council na categoria Architecture com o “Iconic Awards 2017 – Winner”.
Henrique Marques, um dos sócios da Spaceworkers, defendeu que a atribuição deste galardão faz jus ao trabalho que a empresa tem vindo a realizar em prol da arquitectura.
“Receber um prémio é sempre um momento especial. Este não foi excepção. Este reconhecimento vindo de uma entidade internacional de reconhecida importância, é naturalmente um óptimo indicador de que temos andado a trilhar o caminho certo, pelo menos para nós, na arquitectura. Saber que o nosso trabalho, uma casa, desenvolvido numa cidade não muito grande como Paredes, consegue competir de igual para igual com grandes projectos internacionais, desenvolvidos por grandes nomes da arquitectura mundial e ganhar o prémio, é muito gratificante. Naturalmente que vemos os prémios como um reconhecimento do nosso trabalho e do nosso percurso enquanto atelier”, disse.
“Nós decidimos concorrer, enviando a nossa candidatura para o German Design Council, uma vez que entendíamos que a nossa casa reflectia esses mesmos pressupostos. Após um período de análises de propostas, o júri fez as suas escolhas e distingui este nosso projecto”, frisou, salientando que o German Design Council é uma instituição, que trabalha para promover a conscientização da sociedade sobre o design e apoia as empresas em todos os assuntos relacionados ao desenvolvimento de marca e design.
“Este projecto, foi distinguido no início do ano pelo prémio Building of the year, promovido pelo Archdaily, que por si só já tinha sido um motivo de orgulho para nós”
Ao Verdadeiro Olhar, Henrique Marques realçou, também, que o projecto Casa Cabo de Vila já tinha sido premiado pelo ArchDaily.
“Este projecto, foi distinguido no início do ano pelo prémio Building of the year, promovido pelo Archdaily, que por si só já tinha sido um motivo de orgulho para nós, agora com este prémio, para o mesmo projecto, ficamos ainda mais orgulhosos do nosso trabalho e de todo o nosso percurso enquanto atelier. Os prémios ou reconhecimentos, são sempre uma motivação extra para que possamos continuar o nosso esforço de desenvolver arquitectura, longe dos grandes centros decisores, pois no fundo atestam a qualidade do nosso trabalho”, confessou.
“Não nos interessa desenvolver projectos apenas atendendo à vertente económica do processo. Gostamos de trabalhar em projecto que criem uma marca no território e na vida dos nossos clientes. Como temos um campo de actuação muito abrangente, temos públicos muito variados, mas sempre com o denominador comum, de quererem um projecto à sua imagem e com uma arquitectura diferenciadora e que não seja necessariamente mais cara”, assegurou.
Quanto à situação actual da arquitectura no país, Henrique Marques reconheceu que está de boa saúde e recomenda-se.
“Um arquitecto português é capaz de realizar um bom projecto em qualquer parte do nosso planeta”
Questionado sobre o futuro da arquitectura portuguesa, Henrique Marques reconheceu que tem tudo para ser brilhante, assim surjam oportunidades de trabalho para os arquitectos, sejam elas em Portugal ou no resto do mundo.
“Acreditamos que um arquitecto português é capaz de realizar um bom projecto em qualquer parte do nosso planeta”, declarou, anunciando que que a Sapceworkers estão, neste momento, a desenvolver vários projectos de habitações privadas, algumas instalações industriais para a região e ainda alguns projectos públicos, tudo trabalho para Portugal.
Segundo a Spaceworkers, o projecto Cabo de Vila é uma casa para uma casal jovem que não se assemelha a uma casa regular. “Na primeira visita ao local para a casa, a aproximação ao terreno deu-nos o mote principal para o projecto. Queríamos uma forma que pudesse preencher o vazio que sentíamos, deixado pelo vale, e ao mesmo tempo queríamos que esta nova forma abraçasse a reflectisse a envolvente verde do local dando aos seus utilizadores uma perspectiva especial sobre a paisagem”, expressou.
O volume proposto materializa a sua forma através de duas lajes em betão com os seus lados côncavos, deixando que entre elas se desenrole uma leve parede, de vidro e madeira, que num jogo de cheio e vazio, permite que o interior da casa se relacione com o exterior.
No interior, a casa reflecte o estilo de vida dos seus proprietários. O pátio central recebe quem entra em casa e organiza todos os espaços comuns em seu redor, como se de um espaço sem fim se tratasse. Aqui não há barreiras entre os diferentes espaços apenas uma geometria orgânica que estabelece hierarquias entre eles e que permite contacto visual mútuo. Os espaços privados escondem-se por detrás de uma parede cortina que rodeia o pátio central, assim como a garagem e todas as áreas de serviço. Assim como nas áreas comuns, o quarto principal da casa é um espaço fluido sem portas, em que a hierarquia das relações entre a área do closet o wc e a zona da cama definem a sua forma.
Com materiais crus, no interior e no exterior, a Casa Cabo de Vila estabelece uma relação de perfeita harmonia com a envolvente com a qual irá envelhecer com ao longo dos anos.