Verdadeiro Olhar

Candidata do Chega à Câmara de Lousada quer ser a “voz” da população

Susana Moreira é candidata à presidência da Câmara Municipal de Lousada pelo Chega, num município onde a população local “não tem voz”, diz. Razão pela qual, decidiu avançar como o principal rosto deste projecto, para desmontar um “núcleo duro” que gere os destinos do concelho “há demasiados anos”, disse em entrevista ao Verdadeiro Olhar.  

Recorde-se que a Câmara Municipal de Lousada é liderada pelo PS desde 1989, o que faz com que a opinião dos munícipes, assim como das outras forças partidárias, “não seja tomada em conta”, destaca Susana Moreira, que pretende inverter a unilateralidade patente nos órgãos de decisão locais.  

A candidata fala dos alicerces da sua candidatura, que passam pela criação de emprego. Por isso, defende a criação de um parque industrial em Caíde, que iria promover a “criação de postos de trabalho”, ao atrair “vários serviços para aquela zona, como bancos, restaurantes ou cafés”. Esta é uma ideia que o Chega local debate “há algum tempo”, mas, curiosamente, e depois do seu partido abordar o assunto, a autarquia “decidiu, agora, arrancar com este projecto”, lamentou a candidata. 

A célere prestação de cuidados de saúde a todos os lousadenses, é outra das preocupações de Susana Moreira. Lousada tem “50% da população activa”, mas há uma franja” considerável de pessoas com idade avançada”. Os bombeiros “demoram muito tempo a chegar a determinadas zonas do concelho” e, seria importante, “criar uma segunda unidade de saúde, na zona leste do município”.  

E porque está ligada à segurança, uma vez que trabalha para o ministério da Justiça, Susana Moreira também inclui no seu caderno de encargos, um “reforço das forças policiais” que, nesta altura, “não tem agentes suficientes, que cubram todo concelho. É uma “prioridade garantir a segurança de toda a população”, realçou.  

Uma melhoria das vias de comunicação, que passe pela “criação de uma nova via, que ligue todas as freguesias”, é outra das propostas do Chega, para as eleições de Setembro. Seria uma espécie de “anel de união das 15 localidades de Lousada”, explicou ainda a candidata. 

O desporto automóvel fará parte das bandeiras de campanha de Susana Moreira, que promete fazer uma “aposta” nesta área. Lousada é conhecida, a nível nacional e internacional, pelo automobilismo. A prova-lo está o Eurocircuito da Costilha, palco de provas como o Rali de Portugal e os Europeus e Mundiais de Rallycrosse. Urge “investir nesta modalidade, e trazer as grandes provas para esta estrutura”, que se vão traduzir “numa mais-valia para o município”.  

“Não sou política de carreira”

Instada pelo Verdadeiro Olhar a traçar o seu perfil, a militante do Chega faz questão de sublinhar que não é uma “política de carreira”. Até porque, nunca se reviu nos ideais de nenhuma força partidária nacional. Mas algo mudou, no dia em que teve contacto com o partido Chega. 

Quando ouviu o líder nacional bater-se contra “o enriquecimento ilícito” e os “subsídio-dependentes”, por exemplo, percebeu que era aquele “o caminho que tinha que seguir”. Até porque, André Ventura “diz aquilo que toda a gente pensa”. Sendo certo que o país precisa de “regras e de autoridade”, reconheceu.  

 Sobre a campanha eleitoral, Susana Moreira já tem idealizado um trabalho de “proximidade, para com os eleitores”. Para já, o partido vai abrir a sua sede de campanha, em Lousada, para “receber” todos aqueles que queiram “ouvir e estar ao lado deste projecto”.  

Susana Moreira faz parte de um leque de candidatos do Chega, às próximas eleições autárquicas. É mais um nome que vem reforçar a promessa que André Ventura fez há uns meses, quando se começou a desenhar este acto eleitoral, de “marcar presença” no maior número de concelhos de Portugal. A ideia é mostrar que “partido está unido na luta”, e que anseia operar a uma “mudança” no contexto política nacional, disse na altura.