Querer ser primeiro não é negativo. Querer estar no pelotão da frente, ou querer ser a candeia que alumia, é saber aquilo que se pretende, saber que se tem competências para o fazer sozinho e sem necessitar que outros o façam para depois ir atrás. O provérbio no título deste artigo pode ter três significados: que se caminharmos à frente temos mais probabilidade de atingirmos a meta; se caminharmos à frente, a iluminar o caminho, teremos o benefício da iniciativa e contribuiremos para o sucesso de quem nos segue; mas também há quem defenda um terceiro significado, de que em vida não se deve deixar nada por fazer. Isto aplica -se ao curto ciclo da vida política, não devemos deixar nada por fazer daquilo que nos comprometemos com a população, nem daquilo que são os nosso objetivos para melhorar a comunidade. O tempo urge, há que trabalhar, há que não ter medo de fazer, há que não ter medo de ser o primeiro. Se estivermos errados há sempre hipótese de corrigir, mas se nada fizermos, nada mudará, nada melhorará. Há vezes que parecemos a ADV quando foi campeã nacional de hóquei em patins com um orçamento que representava 10% dos orçamentos dos ditos “grandes clubes”. Também na câmara, Valongo com um orçamento baixo e poucos recursos humanos, consegue estar à frente em muitas coisas que outras câmaras com grandes orçamentos e muitos recursos não conseguem. Dentro da área metropolitana, somos os mais transparentes, temos o único centro de BTT e o único centro de Trail Running. Temos iniciativas elogiadas internacionalmente, como o projeto da biblioteca humana, o modelo do nosso orçamento participativo jovem e o projeto “comunidade mais esclarecida comunidade mais participativa”.
Candeia que vai à frente alumia duas vezes
Apesar de tudo isto fomos criticados, mais uma vez numa assembleia municipal, por querermos andar depressa demais, desta feita pelo nosso Plano de Mobilidade. Interessa ressalvar que também nesta matéria, somos dos poucos municípios da área metropolitana que tem um plano de mobilidade. Acusaram de ser um mau plano, mas não disseram em quê, nem disseram o que melhorar. Para nós é mais importante ter um plano, que podemos sempre melhorar e adaptar se necessário, que decidir “em cima do joelho”, sem uma estratégia concertada e sem planeamento. Para tomarmos decisões a uma escala micro, temos de primeiro pensar o concelho numa escala macro. Mas eu até entendo as criticas. Durante tanto tempo ouviu-se falar de planos sem ninguém os ver, porque ninguém os concluía. que agora faz confusão eles existirem e terem uma lógica. Agora os planos estão à vista de todos e para todos servir. Temos um plano diretor municipal, temos um plano de mobilidade, temos um plano municipal de acessibilidade para todos, estamos a concluir o plano de urbanização da zona industrial e empresarial de campo e estamos a iniciar mais planos, sempre numa estratégia de desenvolvimento sustentável e inclusivo para o nosso concelho. Sempre com um objetivo claro: queremos as nossas cidades e vilas pensadas para as pessoas e para todas elas independentemente do seu estado físico. Para que servem tantos planos? Para podermos agir. Para sermos um executivo de ação. Para podemos tomar decisões concertadas e suportadas por uma estratégia de desenvolvimento. Nós pensamos, nós planeamos, nós fazemos. E isso, na maior parte das vezes, põe-nos na frente do pelotão a alumiar o caminho.