E o PCP, cumprindo com a palavra dada às populações, enfrenta de novo o problema, apresentando (já apresentou neste mês de Maio) na Assembleia da República, uma proposta de projecto Lei, que vai nesse sentido.
A ilusória expectativa para alguns, de que uma moção a apresentar na Assembleia de Freguesia ou Municipal iria resolver o problema, era ingenuamente tida por esses mesmos como uma medida que por si só já bastava.
E as Moções foram apresentadas. Aliás, diversas Moções já foram apresentadas. Mas é preciso reconhecer, que as moções valem o que valem e que por si só não bastam.
Para confirmar o que atrás fica dito, o Ministro-adjunto Eduardo Cabrita, já anunciou, para lá das Autárquicas de 2017, a discussão sobre o assunto.
O primeiro-ministro diz que, no final deste mandato, é uma questão que tem de ser avaliada.
A estas afirmações, o presidente da distrital do PSD, Virgílio Macedo, (ao Jornal o Público) regozija-se pelo facto do Governo não mexer no assunto; e ao não mexer no assunto (segundo ele), é sinal de que o PSD e CDS-PP, ao acabar com as freguesias de Campo e Sobrado, quando era governo, fez muito bem feito e que está muito bem assim.
O ministro Eduardo Cabrita diz ao mesmo Jornal que compreende que isto seja uma questão que possa preocupar as estruturas locais dos partidos, mas que não preocupa os autarcas. É verdade que já todos percebemos que, a uma boa parte de autarcas, esta é uma situação que lhes agrada e por isso não mexem uma palha para alterar seja o que seja.
Perante este quadro, este é o momento certo para se atacar o problema de frente.
Porque se o PSD/CDS tivesse ganho as últimas Eleições, isto era uma questão que ficava praticamente posta de lado. Porque com a Lei que criaram, se já muitos acreditam que isto não volte para trás, com mais uma Legislatura de 4 anos em cima e com o PSD e o CDS a governar, levava muitos e muitos mais a desistirem também de tentar fazer qualquer coisa para que Campo e Sobrado voltem de novo a ser freguesias independentes.
As afirmações de que, lá para o final do mandato ou para além deste mandato, a questão será analisada, deixam a descoberto uma preocupação que não pode ser ignorada.
Todos sabemos as condicionantes que suportam a actual solução governativa.
E se fossem criados obstáculos no quadro que suporta esta solução governativa?
E se na sequência dessas consequências fossem necessárias eleições?
E se dessas eleições, para desgraça dos portugueses, resultasse novamente uma solução governativa igual à que tivemos anteriormente?
Quem é que acredita que se o PSD-CDS ganhasse essas Eleições, iria desfazer o que fizeram quando anteriormente foram governo?
São vários os responsáveis que se vão pronunciando, qual deles a deixarem-nos as maiores preocupações sobre o assunto.
E o que é que pensam, dizem, ou fazem os cidadãos de Campo e Sobrado?
É necessário que se faça sentir aos órgãos autárquicos envolvidos e aos partidos representados na Assembleia da República, excepto ao PSD e CDS, porque desses todos já sabem o que fizeram, de que as populações esperam que confirmem o que cada um fez e disse na altura da discussão da Lei aprovada por aqueles partidos: a reposição de Campo e Sobrado como freguesias independentes.
E ao ter apresentado mais este projecto de Lei, mais uma vez fica, inequivocamente, provado que o PCP sabe honrar os seus compromissos.