O documento pretende, abusivamente, ser em nome da Câmara (pretende ser mas não o é), mas foi produzido e distribuído sem a maioria dos Vereadores darem a sua opinião, porque não tiveram conhecimento dele.
Ao ser conhecido tal documento, a reacção de alguns presidentes de Junta (Alfena e Ermesinde) não se fez esperar.
Através de emails enviados ao Presidente da Câmara e aos Vereadores no dia 21/7, os referidos presidentes de Junta dirigiram mensagens de descontentamento e de protesto, uma vez que, pelas suas contas, o documento que a Câmara distribuiu é, para eles, uma enorme mentira.
Ao receber essa mensagem, e como ela coincidiu com o dia da reunião de Câmara do mesmo dia, 21/7, o Vereador da CDU, logo nesse dia, alegando que para se julgar com justiça e exactidão e saber de que lado está a razão, não havia melhor de que ouvir as duas partes, propôs que se realizasse uma reunião entre as mesmas, o mais breve possível, até com a marcação dessa reunião no próprio dia.
Tentando ignorar a proposta do Vereador da CDU, o Presidente respondeu apenas às questões que lhe deram mais jeito responder. Mas, como o Vereador da CDU não se deu por satisfeito, voltou à carga perguntando se se tinha esquecido de responder à sua proposta.
Contrariado, e alegando ainda desconhecer o conteúdo das mensagens dos presidentes de Junta e por uma questão de agenda, disse que ia reflectir primeiro e que depois se veria, o que levou o Vereador da CDU a reagir e afirmar: “o senhor Presidente não tem muito por onde escolher: ou marca a reunião ou ela é realizada mesmo contra a sua vontade”.
Se o documento distribuído à população diz logo na primeira página: “PRESTAÇÃO DE CONTAS 2015” e, um pouco mais abaixo, também diz “QUEM NÃO DEVE NÃO TEME”, não vejo onde esteja a dificuldade para se marcar uma reunião que tem apenas como finalidade esclarecer as mesmas contas.
Até podia ter sido dito que a Câmara fez reuniões nas freguesias para publicamente se mostrarem essas contas. Pois é, só que o documento foi distribuído muito depois dessas reuniões, impedindo assim que, nessas reuniões, tais afirmações fossem contestadas, apesar de algumas pessoas com responsabilidades nas freguesias a elas assistirem e nada dizerem sobre as mesmas. Mas também é verdade que ainda falta saber se essas pessoas estão ou não de acordo com as afirmações do documento em causa.
Quer se queira ou não queira, a reunião pedida pelos presidentes de Junta para que tudo seja esclarecido vai-se realizar no mais curto espaço de tempo possível. E tudo faremos para que a reunião brevemente se realize e porquê?
Primeiro, para clarificar perante os presidentes de Junta que a CDU não aceita que o documento que foi distribuído em nome da Câmara, seja em nome da Câmara, porque a CDU faz parte da Câmara e não foi tida nem achada sobre tal documento.
Segundo, porque é preciso que se clarifique o seguinte: se a Câmara deu dinheiro às juntas de freguesia para varrer as ruas todos os dias da semana, e se há ruas que provavelmente são varridas uma vez por ano, é necessário tirarem-se outras conclusões. Como dizia o outro, das duas três. Ou a Câmara não deu dinheiro às juntas para varrer as ruas todos os dias; ou as juntas receberam dinheiro para varrer as ruas todos os dias. Mas como o estado de uma grande parte das ruas é uma vergonha, é preciso esclarecer para onde foi o dinheiro que era para varrer as ruas.
É tão simples como isso. O que a CDU pretende é que se faça a reunião.