A expressão já tinha sido usada pelo partido na última Assembleia Municipal, mas ontem, em conferência de imprensa, o PSD Paredes acusou o presidente da Câmara de Paredes de ser um “verdadeiro malabarista dos números”.
Em causa as contas de 2019 da autarquia, que o presidente da comissão política do PSD Paredes garante demonstrarem que o município “está mais pobre cinco milhões de euros”.
“Quem ouviu Alexandre Almeida [na Assembleia], pôde perceber que o autarca é um exímio malabarista, capaz de conseguir produzir números positivos onde existem negativos”, afirma Ricardo Sousa.
É que, argumenta, apesar de terem sido colocados os “holofotes” numa redução do passivo de 15 milhões de euros desde 2017, não se falou dos activos. “Escondeu na manga a perda de 20 milhões de euros, o que significa que a Câmara está mais pobre cinco milhões de euros! Isto é boa gestão? Bom número de circo, sim. Boa gestão, não!”, salienta o social-democrata.
Por isso, defende, não há o ganho mensal de 625 mil euros referido pelo presidente da autarquia, pelo contrário: “a câmara ficou mais pobre 833 mil euros em cada mês”.
“No papel de coitadinho também não esteve mal. Lamentou a perda de receita de dois milhões de euros em IMI em 2019. Mentira! Um número fictício, que talvez lhe dê jeito nas contas, mas que não corresponde à verdade. A diminuição de receita de IMI, por comparação com a de 2017, é de apenas 40.000 euros!”, sustenta o PSD, repetindo o argumento já usado por Soares Carneiro, eleito do partido na Assembleia Municipal, e acusando Alexandre Almeida de “enganar” os paredenses.
Quanto à redução da dívida alegada, de nove milhões de euros, Ricardo Sousa alega que o presidente da Câmara “escondeu, mais uma vez, na manga 7,1 milhões de euros de receitas inesperadas”. “Assim, mesmo sem ter feito obras assinaláveis e tendo recebido dinheiro com o qual não contava, pouco reduziu à dívida. Em suma, ao longo de 2 anos, com perto 90 milhões de euros à disposição, só conseguiu reduzir à dívida pouco mais de 1 milhão e meio de euros, se não considerarmos os 7,1 milhões que não estavam nas suas contas”, critica.
O PSD Paredes frisa ainda que “a má gestão” do executivo socialista está patente no elevado prazo médio de pagamento a fornecedores que no final de 2019 era de 185 dias.