A Câmara de Paços de Ferreira homenageou, esta segunda-feira, seis personalidade do município, atribuindo quatro medalhas municipais de altruísmo e mérito a Joaquim Costa Pereira, Luís Andrade, Luís Nunes da Silva e Hélder Mendes, e uma medalha municipal de honra a Fernando Vasconcelos, no âmbito das comemorações dos 181 anos de elevação do concelho.
A data ficou ainda marcada pela inauguração da tela colocada à entrada dos Paços do Concelho, da autoria de duas artistas pacenses, Leonor Alves e Emília Bentes, e da escultura do fundador e primeiro comandante dos Bombeiros de Paços de Ferreira, Antero Chaves, da autoria do escultor José Carlos.
O presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito, realçou o carácter ímpar dos homenageados, a sua devoção pela causa pública e referiu-se à entrega das medalhas municipais de altruísmo e mérito e da medalha municipal de honra como um exemplo para a comunidade e um reconhecimento pelo trabalho realizado em prol do município.
“Pretendemos, hoje, valorizar o bem comum em memória de todos os homens e de todas as mulheres deste concelho que erguem a sua voz e as suas mãos perante a injustiça, razão pela qual inauguraremos o painel histórico da autoria de Leonor Alves e Emília Bentes”, disse, referindo-se a esta obra como um tributo a todos os pacenses.
“O virar de página que ali se retrata interpreta bem este tempo de mudança e de cidadania que apela à mobilização de todos e à sã convivência entre todos. Esta obra de arte aviva-nos a memória e lembra-nos que a comunidade é feita de um povo vivo e de causas. Esta é a nossa identidade de um concelho inteiro tomado numa única só peça”, expressou.
Quanto à escultura descerrada, o autarca lembrou que Antero Chaves, fundador dos bombeiros de Paços de Ferreira e seu primeiro comandante entre 1932 a 1969, foi uma figura marcante da sociedade local.
“Falo-vos de um homem que deu a alma e a vida à associação. Deu de si sem pensar em si. Farmacêutico notável em defesa dos doentes e desprotegidos, exemplo de abnegação, entrega, amor à comunidade e ao concelho. Representa a solidariedade e entre ajuda em prol dos mais desprotegidos. Foi o último presidente da Câmara da Primeira República antes do golpe de Estado de 1926 que levou o país à ditadura. Defensor da liberdade, da República e da paz. Lutou contra o grilhões da Pide e da ditadura. Tem o seu nome antigo e na rua que ladeira o quartel de Paços de Ferreira e terá um busto nessa rua”, referiu, manifestando que está no sangue dos pacenses o sentimento de gratidão.
“É uma das mais genuínas características do nosso povo. Somos gratos para quem é um exemplo. Não temos vergonha de o afirmar todos os dias. Temos a obrigação enaltecer os exemplos de excelência que nos animam a fazer mais e melhor pelo concelho, pela comunidade”, atestou.
2018 será o Ano Municipal da Educação
Na sua intervenção, o chefe do executivo recuperou algumas das linhas e princípios que pretende ver implementados nos próximos quatro anos e relembrou que 2018 vai ser instituído como o Ano Municipal da Educação.
“Uma sociedade progressista e humanista esteia-se na sua memória e é por isso recorre ao passado colectivo para devolver ao presente os seus melhores exemplos. Essa é uma das razões pela qual o executivo municipal decidiu instituir em 2018, o Ano Municipal da Educação, e assim assinalar com dignidade o centenário do Leão de Meireles, figura ímpar da República Portuguesa, da nossa história e da nossa comunidade”, acrescentou.
O edil relevou, também, que é seu propósito implementar uma política social transversal para todos os cidadãos, assente no reconhecimento dos valores individuais, no respeito pelo outro, no humanismo e em políticas de valorização social.
O autarca afiançou, também, que pretende combater aqueles que são os problemas sistémicos, e que definiu como sendo a iliteracia, o analfabetismo, a pobreza e o sectarismo social e económico.
“Num tempo em que a opinião pública e publicada parece ter interiorizado a justiça como sendo o mais grave dos problemas que afecta Portugal e em que subjaz a ideia de tratamento diferenciado, de uma justiça para ricos e de outra justiça para pobres, chegou o momento de alavancarmos, em conjunto, políticas e procedimentos que elevem a participação cívica da nossa sociedade e dos nossos concidadãos, de modo a que reforcemos laços de boa vizinhança e de respeito uns pelos outros”, garantiu, confirmando que o tempo de mudança que vivemos exige que todos tenham acesso à educação, ao ensino, à formação e ao conhecimento, factores fundamentais para espevitar o espírito crítico e auto regulador dos direitos e dos deveres de cada um e de todos.
Homenageados enaltecem distinção
Fernando Vasconcelos foi deputado e antigo Governando Civil do Porto.
“Esta homenagem foi um tributo e um reconhecimento que me quiseram fazer e que me deixa satisfeito”, concretizou, referindo estar disponível para continuar a servir a comunidade local.
“A atribuição da Medalha Municipal de Altruísmo e Mérito é um reconhecimento pelo trabalho que tenho vindo a desenvolver pela concelho e um incentivo para continuar a pugnar pelo desenvolvimento do município”, declarou.