Joana Silva, de 31 anos, foi um dos elementos das 14 famílias que esta quinta-feira, 17 de Dezembro, receberam do presidente da Câmara Municipal de Valongo a chave da nova casa. Depois de quatro anos em lista de espera, a surpresa chegou há poucos dias e é já a melhor prenda de Natal de Joana, dos seus dois filhos e do irmão menor que tem agora sob a sua responsabilidade.
O bairro 1º de Maio, em Campo, será a nova morada desta valonguense. Joana Silva é de Campo e até há quatro anos vivia com a avó, num quarto com os dois filhos, numa casa “com poucas condições”. Com o falecimento da avó, Joana Silva saiu de Campo e alugou uma pequena casa em Valongo, a sua “casa de bonecas”, por 175 euros mensais. Camareira num hotel de Matosinhos, Joana Silva procurou ajuda junto da Câmara de Valongo para poder residir uma habitação municipal. Os anos foram passando e a resposta tardava. Pelo caminho Joana teve ainda de enfrentar a morte da mãe e desde há 15 dias que tem a seu cargo o irmão de 14 anos, filho do segundo marido da mãe. Há pouco tempo foi contactada pelos serviços sociais da autarquia no sentido de entregar documentação que estava em falta no seu processo de pedido de casa, mas nada deixava Joana adivinhar que estaria nos lugares cimeiros da lista municipal. No dia de entrega das chaves confessava que “esta é uma prenda de Natal, das melhores que me lembro de ter recebido”. Joana não passará ainda o Natal no novo T3, mas diz que fará o possível para já estar instalada para o Ano Novo para cumprir a lengalenga “Ano Novo, Vida Nova”!
Autarquia não dispõe de casas em número suficiente para as necessidades
Joana Silva foi apenas uma das 35 pessoas carenciadas que recebeu a chave para a nova casa. O presidente da câmara municipal, José Manuel Ribeiro, entregou a chave de 14 habitações sociais, que juntando às entregues durante os dois primeiros anos de mandato totalizam a reabilitação e entrega de 53 habitações para 140 pessoas. O autarca aproveitou para realçar o “grande esforço” do município na recuperação de cada casa, salientando ainda que a autarquia não dispõe de casas em número suficiente para as necessidades do concelho. Neste momento, frisou, existe uma lista com mais de 900 agregados familiares inscritos para habitação social. José Manuel Ribeiro aproveitou para apelar aos agregados para que preservem as habitações, já que tem vindo a gastar cerca de oito mil euros na reabilitação de cada casa. “Tenham a
noção do esforço que a comunidade faz para distribuir este bem público”, acrescentou.
As 14 famílias serão realojadas em casas de diferentes tipologias (T1 a T4) em urbanizações localizadas em Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e Valongo. As rendas variam entre os 4,19 euros e os 62,63 euros, sendo que o valor médio a pagar pelas famílias é de 15,01 euros.