A Câmara de Valongo aprovou, hoje, em reunião de executivo, uma proposta de devolução do valor poupado com a incineração de resíduos sólidos urbanos em 2022.
De acordo com o documento, no ano passado, quando comparado com o de 2021,o concelho reciclou mais 133 toneladas de resíduos (+10%) e reduziu em 1526 toneladas a produção de resíduos indiferenciados (saco preto). Isso permitiu uma poupança de mais de 142 mil euros (142.415,96) nos custos com o tratamento através de incineração do lixo indiferenciado. Esse valor vai agora ser devolvido aos munícipes, na factura da água, já em Maio.
Os beneficiários serão “todos os domicílios domésticos do concelho e estabelecimentos Horeca aderentes” aos projectos da Lipor “5 Estrelas” e “Aqui separamos com o coração”. O valor será de 3,63 euros e será “um crédito anual único”.
Na proposta levada a reunião de câmara, o município recorda que iniciou, em 2016, a implementação de um novo processo de recolha selectiva de resíduos porta-a-porta nos domicílios domésticos do concelho, que se veio associar aos programas da Lipor para estabelecimentos Horeca aderentes aos projectos “5 Estrelas” e “Aqui separamos com o coração”.
Actualmente, são abrangidas mais de 10.400 residências domésticas, “o que se traduz em cerca de 25% da população, uma das maiores taxas de cobertura do país”. “O objectivo desta medida é estimular a continuação da implementação a 100% da recolha selectiva porta-a-porta”.
Em Valongo, a recolha selectiva porta-a-porta está disponível na totalidade das freguesias de Alfena e Valongo e na freguesia de Ermesinde, nas zonas de Monte da Costa, Palmilheira, Bela, Sampaio, Sonhos e Consolata, estando em preparação a implementação em Campo e Sobrado.
“A separação, pelos cidadãos, dos diferentes resíduos (orgânicos, papel, embalagens e vidro) tem proporcionado aumentos significativos nos quantitativos de resíduos recicláveis recolhidos bem como a sua valorização como novos recursos, e ao mesmo tempo a redução dos quantitativos de resíduos enviados para incineração, com a consequente redução nos custos de tratamento desses resíduos”, salienta a autarquia de Valongo.
O município refere ainda que os resíduos recicláveis (orgânicos, papel, embalagens e vidro) são tratados/valorizados gratuitamente na Lipor, enquanto os indiferenciados (saco preto) são enviados para incineração (queima) na Lipor II, tratamento que é cobrado à tonelada às autarquias que integram esta associação de municípios.
“Temos definitivamente de deixar de falar em lixo e encarar os resíduos como um recurso. Continuamos a queimar uma quantidade absurda de resíduos que poderiam e deveriam ser valorizados. Com esta medida simbólica, queremos demonstrar à comunidade que vale a pena produzir menos resíduos e simultaneamente separar e enviar para reciclagem e valorização tudo o que for possível”, salienta José Manuel Ribeiro, em nota.