A Câmara Municipal de Paredes incluiu no orçamento para 2016 uma verba de 200 mil euros para um projecto de realojamento da comunidade cigana que vive no centro da cidade. Contactada pelo VERDADEIRO OLHAR, a autarquia não quis adiantar pormenores sobre o projecto. Refere apenas que a solução a implementar complementa aquela que já esteve prevista em 2009 e que a localização se mantém na Madalena.
Primeiro projecto apresentado em 2009
Mas o processo de realojamento acabou por ser reprovado, na altura, pelos três vereadores do PS, por um do CDS e ainda por Joaquim Neves, eleito pelo PSD, que estava em rota de colisão com Celso Ferreira.
Também insatisfeita estava a população da freguesia da Madalena, entretanto agregada na mega freguesia de Paredes. Os moradores daquela localidade estavam contra o realojamento e alegavam que a autarquia iria criar um gueto com vários problemas.
Chegou a ser prometido para 2012 mas nunca avançou
Entretanto, em 2010, a Câmara iniciou um projecto-piloto de mediadores municipais junto da comunidade cigana para permitir uma maior integração, que contou com financiamento do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural.
Em 2011, durante um seminário em que falou sobre o projecto, a vereadora da Acção Social, garantia que o realojamento da comunidade cigana iria acontecer no ano seguinte, apenas com algumas alterações em relação ao projecto inicial. Mas a obra acabou por não avançar por falta de financiamento dos fundos comunitários.
Agora a autarquia prevê avançar com a implementação do projecto no próximo ano. Do orçamento para 2016 consta uma verba de 200 mil euros para dar início à obra. A autarquia não quis, para já avançar com mais pormenores, indicando apenas que a localização continua a ser a Madalena.
Contactado, o presidente da Junta de Paredes, disse ainda não conhecer os pormenores do projecto mas concorda que é preciso encontrar soluções para o realojamento daquela comunidade, que vive sem condições. “Compreendo que possa haver preocupação na população mas estou convencido que a mudança, para um espaço digno e com regras, não terá impacto negativo”, diz Francisco Ferreira.