Continuam a existir atrasos nos pagamentos aos bombeiros da região, o que poderá pôr em causa, a curto prazo, “os compromissos destas associações para com os seus colaboradores”. O alerta foi deixado ao Verdadeiro Olhar por José Morais, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, que disse ainda que se estas organizações “não tiverem um fundo de maneio” podem ter o seu futuro comprometido.
As dívidas que criam “maiores constrangimentos” às corporações da região são da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS), a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), relativas aos meses de Julho, Agosto e Setembro, e o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, sendo que este último tem um acordo de pagamento faseado, especificou o dirigente.
As declarações do também comandante da corporação de Paredes foram feitas hoje, dia em que se ficou a saber que há bombeiros em risco de serem despedidos devido à dívida do Ministério da Saúde, que se situa entre os “20 e 25 milhões de euros”, pelo transporte não urgente de doentes e que envolve centros hospitalares a unidades locais de saúde. Esta valor em falta está a deixar algumas associações à beira da ruptura.
Segundo José Morais todas as instituições nacionais passam por dificuldades, mas há sempre casos em Portugal “mais graves”.
Refira-se que os bombeiros desempenham serviços de socorro decorrentes de acidentes rodoviários, de combate a incêndios, desastres naturais e industriais, de emergência pré-hospitalar e transporte de doentes, assim como ajuda a náufragos, abastecimento de água às populações, entre outras acções de prevenção e sensibilização junto das populações.
A verdade é que, ao longo dos últimos anos, estas estruturas tem-se debatido com muitas dificuldades que derivaram da pandemia, o aumento dos combustíveis e contextos económicos. José Morais sublinha que as dificuldades financeiras são transversais a todas as corporações e o atraso ou não pagamento às corporações pelos serviços prestados “são sempre muito nefastos”.
Assim, a a ausência de pagamentos é o factor principal de “muitos destes constrangimentos”, sendo que só as associações “que têm um fundo de maneio se vão aguentando”.
Se não tiverem essa verba, essas dívidas e todo a conjuntura económica “pode perigar os compromissos” destas estruturas, concluiu o dirigente.