José Moreira, Bruno Sousa e a esposa Ana Moreira decidiram, juntamente com as respectivas famílias, passar uma tarde animada na neve da serra do Marão. Com esse propósito, iniciaram viagem logo a seguir ao almoço do passado domingo, mas o passeio foi interrompido à passagem por Gondar, Amarante.
Um despiste de um carro, que capotou ao longo de uma ribanceira e esteve em risco de cair ao rio, captou-lhes a atenção. Instintivamente, os três correram para junto das vítimas e, mesmo sem o equipamento necessário, realizaram todas as manobras que garantiram a sobrevivência de pai e filha.
José Moreira, Bruno Sousa e Ana Moreira são bombeiros na corporação de Paredes que, mesmo de folga, auxiliaram quem estava em dificuldades.
Socorro foi “instintivo”
O passeio decorria a bom ritmo quando tudo aconteceu. “Depois de uma curva ficámos de frente para a estrada e vimos um carro a capotar pela ribanceira”, descreve o subchefe José Moreira. Sem pensar, os três bombeiros de Paredes rapidamente pararam as viaturas e desceram a serra em direcção às vítimas. “Foi instintivo”, garante Bruno Sousa, bombeiro há 15 anos.
Após terem percorrido um caminho com cerca de 150 metros, José Moreira, Bruno Sousa e Ana Moreira chegaram junto do carro capotado. “Já lá estavam três ou quatro pessoas, mas dissemos que erámos bombeiros e pedimos que nos ajudassem a manter o perímetro de segurança”, afirma José Moreira. Em seguida, os três repartiram as tarefas. Ana ficou junto das vítimas, Bruno foi à procura de uma corda para prender o carro e José tratou de estabilizar a viatura com um tronco, impedindo que esta resvalasse pelo que restava da ribanceira. “Havia esse perigo. O que valeu foi o peso do motor”, assegura o subchefe.
Com a segurança garantida, os três concentraram-se no pai e filha que estavam presos no interior do carro. “Vi que a mulher estava bem e fui para perto do senhor, que estava em estado de choque”, conta Ana Moreira. Voluntária, tal como o marido, há 15 anos, Ana acrescenta que, em seguida, a vítima menos grave foi retirada do carro. “Optámos por deixar o senhor no carro, porque apresentava dores na cervical e tinha golpes na cabeça”, explica.
Depois desta tarefa feita, os bombeiros ainda telefonaram para a central dos bombeiros de Paredes e de Amarante para dar indicações do exacto local onde tinha decorrido o despiste. “Era um local de difícil acesso e tivemos cerca de 40 minutos à espera que os bombeiros de Amarante chegassem”, refere Bruno Sousa. “Mas mesmo depois da chegada deles ainda ajudámos no que foi preciso. Só abandonámos o local quando as vítimas foram retiradas para a ambulância”, acrescenta.