A corporação dos Bombeiros Voluntários de Cête assinala, a 18 de abril, 100 anos de existência, mas as celebrações começaram este fim-de-semana com várias homenagens, não só a todos aqueles que fazem parte deste grupo de trabalho, mas também a quem fez história nesta instituição.
Um dos homenageados foi Manuel Marques Pinto. Com 90 anos, começou muito novo na corporação e, pouco depois, assumiu o comando do corpo ativo. No quartel ninguém esquece o seu ar sério e a exigência no trabalho. Hoje, e em dia de homenagens, diz-se um homem feliz por ter conseguido assistir ao centenário e por todos o recordarem. No final, e instado pelo VERDADERIO OLHAR, disse estar “sem palavras” para transmitir o que sente. Considera que “não merecia” esta homenagem, porque se fez bem o seu trabalho é porque teve “homens que o ajudaram”. No entanto, Marques Pinto era um homem emocionado com “tamanha homenagem”, não deixando de dizer que espera que o trabalho de todos os homens que, no passado, passaram pela corporação “sirva de exemplo” para os atuais bombeiros e que trabalhem “em prol dos outros, sem olharem a recompensas”. E que sejam “sempre unidos” e que sigam à risca o lema “dar vida por vida”. Marques Pinto, apelidado de eterno comandante de Cête, confessou que assume esse papel “com muito gosto, carinho e, sobretudo, muita emoção”.
Um outro homenageado do dia foi António Vieira Pinto que foi segundo comandante da corporação. A sua ligação a esta instituição começou com o pai, Agostinho Vieira Pinto, que também foi 2º comandante de Marques Pinto.
Hoje tem 78 anos e recorda que começou a andar pelo quartel com 14. Neste mês de centenário subiu ao palco do salão nobre dos bombeiros de Cête com o “coração cheio” pelos aplausos das dezenas de bombeiros, dirigentes e familiares que lhe quiseram prestar homenagem. Em entrevista ao VERDADEIRO OLHAR disse que nesta casa se sente “sempre bem”. Para além disso, “foi tudo muito bem organizado”. E era tamanha a felicidade de António Vieira Pinto que parece que voltou “a ser um menino”.
Joaquim Pinto Lopes, neto de António Pinto Lopes, que em 1925 teve a ideia de criar esta corporação, a par com outros homens, não pôde estar presente por questões de saúde. Mas o filho, Rui Pinto Lopes, que foi adjunto do comando, marcou presença e também foi distinguido.
O antigo comandante Rui Gomes que, por várias vezes subiu ao palco, assim como o atual comandante, Óscar Rodrigues foram outros dos homenageados por vários feitos ao serviço desta corporação.
O momento serviu ainda para distinguir várias pessoas, a título póstumo, que passaram por esta instituição, como Ferreira Coelho, avô do atual presidente, Evandro Sousa. Também elementos do corpo ativo, do atual e de outros, assim como dirigentes e antigos comandantes viram o seu trabalho e o seu percurso enalteceidos.
As comemorações do centenário dos bombeiros de Cête seguem ao longo deste mês de abril, com várias iniciativas que vão decorrer no quartel da corporação.