O Bloco de Esquerda Valongo emitiu um comunicado criticando o “desprezo” a que o presidente e a secretária da Junta de Freguesia de Ermesinde têm votado este órgão autárquico em detrimento da campanha eleitoral, apesar de quer Luís Ramalho quer Teresa Raposo serem remunerados pela junta.
Segundo o partido, são constantes os atrasos na apresentação das actas das reuniões. “Neste momento, a quatro dias da eleição do novo executivo, ainda há quatro atas por aprovar. Sendo Teresa Raposo remunerada com 953,79 euros, como se compreende que não seja capaz de cumprir a sua função de secretária? E sendo incompetente nesta tarefa, como se propõe ser presidente da junta?”, questiona o Bloco de Esquerda.
O comunicado critica ainda algumas questões que considera polémicas, como a contratação pela Junta dos serviços da associação SóJovem, “enquanto uma espécie de empresa de trabalho temporário”. “Num caso que cheira a esturro, a Junta, presidida por Luís Ramalho, coloca ao seu serviço dezenas de funcionários cedidos pela Associação SóJovem, presidida pelo mesmo Luís Ramalho. Como está bom de ver, o caso é suficientemente estranho para merecer uma investigação. Daí que o Bloco de Esquerda tenha exigido que fossem pedidos pareceres à DGAL e à CCDR-N”, sustenta o partido.
“O empenhamento de Luís Ramalho e de Teresa Raposo na campanha eleitoral em detrimento do cumprimento das funções de autarcas pelas quais são pagos, faz com que o Bloco de Esquerda ainda aguarde resposta a quatro requerimentos apresentados em sede de Assembleia de Freguesia”, sustenta o BE.
Os requerimentos pedem esclarecimentos sobre os gastos “desmedidos” com a contratação de artistas para as actividades de Verão. “A romaria de Santa Rita custou à Junta 46.694,42 euros, tendo gerado, diz a Junta, uma receita de 21.923,20 euros. Para o presidente da Junta e candidato à Câmara subir ao palco com Mónica Sintra e outros artistas, criou-se um buraco de 24.771,22 mil euros”, criticam. Também na Noite Branca terão sido gastos quase 24 mil euros. “Todos estes eventos tiveram o dedo de uma empresa, que recebeu da Junta, pelo menos, 48.326,12 euros. Dá-se a coincidência – apenas podemos chamar-lhe isso, porque se presume a seriedade de todos – de esta empresa ser responsável pelo agenciamento do artista escolhido pela coligação PSD/CDS para mandatário da juventude da candidatura no concelho de Valongo e para a autoria do hino de campanha”, acusa o Bloco.
Contactada, a candidatura da coligação Unidos por Todos (PSD/CDS) refere que que, durante os últimos quatro anos, a acção do Bloco de Esquerda na Junta de Ermesinde se pautou apenas pela “maledicência”, “sem nunca apresentar propostas ou soluções para os problemas da freguesia”.
“O fraco conhecimento da realidade por parte do Bloco de Esquerda fez com que nunca contribuísse para o desenvolvimento da Cidade de Ermesinde, tendo sido, aliás, muitas vezes, parte do problema. A Coligação Unidos por Todos lamenta que a forma de estar na política de algumas forças partidárias e pessoas se paute pela deturpação dos factos e utilização mal intencionada de informação que dispõe”, diz comunicado.
“Com estas atitudes, o Bloco de Esquerda demonstra que não está apostado em ganhar, achando que a sua vitória é a derrota de outros, não tendo qualquer pejo em recorrer a meios injustos”, diz a coligação, acrescentando que tem vindo a sofrer ataques de perfis falsos nas redes sociais. “Um deles é da responsabilidade do Bloco de Esquerda de Ermesinde, cuja origem o partido reconhece mas nada faz, pois revê-se nesta forma de estar. A Coligação Unidos por Todos repudia este tipo de acção que em nada enobrece a política”, termina o documento.