Depois de ter sido candidato à Câmara de Penafiel, em 2009, Paulo Teles volta a apresentar-se a votos, desta vez em Paredes.

O candidato do Bloco de Esquerda, de 53 anos, professor na EB 2/3 de Paredes, critica as muitas promessas que ficaram por cumprir neste executivo e diz que pretende pedir uma auditoria às contas do município porque acredita que a situação financeira da câmara é pior que a que aparece nos documentos oficiais.

Promete que o Bloco fará uma oposição construtiva e com ideias, ao contrário da que existe actualmente, e garante que estão na corrida para ter uma voz activa dentro da câmara municipal.

Paulo Teles acredita também que Paredes perdeu com a integração na Área Metropolitana do Porto e defende o regresso do município à CIM do Tâmega e Sousa.

Entre as muitas ideias que quer concretizar caso seja eleito estão o saneamento básico, fazer investimentos equitativos em todas as freguesias, obrigar a um cumprimento rigoroso do Plano Director Municipal e reactivar a Parmóvel.

Já foi candidato à Câmara Municipal de Penafiel. O que o leva a ser agora candidato à Câmara de Paredes?

Vivi muitos anos em Penafiel, mas nasci em Paredes. O que me leva a ser candidato é sempre o mesmo: procurar alterar a situação que encontramos no concelho. A situação de Paredes é bastante periclitante, encontramos promessas atrás de promessas ao longo de todos os executivos do PSD que passaram pela câmara, promessas essas que não foram cumpridas. Ideias existem muitas, mas a realidade é diferente.

 

Está a falar de que promessas?

São inúmeras. A cidade desportiva que não está terminada, apesar de estar muito bonita em projecto. A cidade inteligente que nunca saiu do papel. Em Lordelo, a Ponte do Rio Ferreira, um projecto megalómano que nunca foi cumprido. É um monte de entulho. O projecto do Monte do Irvão, junto ao Parque do Rio Ferreira, foi proposto para 2009 e estamos em 2017 e não existe. Estamos a falar de um atentado ambiental, destruiu-se aquela zona para a construção deste projecto e não se fez nada.

Verificamos que existem outras promessas que continuam a ser megalómanas, em que se gasta dinheiro sem que os paredenses vejam dividendos disso. São estas e outras coisas com que nós não compactuamos e que nos levam a querer ser uma voz dentro da câmara. Estamos nesta corrida para ter um lugar dentro da câmara, para ser uma voz activa, que nunca tivemos.

Também nunca tiveram representação na Assembleia Municipal. É altura disso?

Acho que chegou a altura dos paredenses pensarem bem em todo o desvario que têm sido estes projectos, estas falsas promessas não cumpridas durante todos estes anos. Chegou a altura de os paredenses pensarem bem e darem o seu voto ao Bloco de Esquerda para que o Bloco de Esquerda possa defender os interesses dos paredenses.

Numa coisa os paredenses têm a minha palavra, mesmo o Bloco estando na oposição, dependendo dos resultados do dia 1 de Outubro, seremos uma oposição construtiva com propostas e ideias. Se estivemos dentro da câmara, prometo que seremos transparentes e honestos. Iremos assumir os nossos compromissos com muita responsabilidade como tem sido hábito no Bloco de Esquerda.

Se estivermos na oposição seremos vigilantes, uma oposição construtiva, atenta e responsável.

O que seria um bom resultado para o Bloco de Esquerda? Eleger um vereador? Ter representação na Assembleia Municipal?

Estamos a concorrer para a câmara, mas tudo está nas mãos das pessoas. Penso que um vereador será pouco, até porque depende se a esse vereador vai ser atribuído algum pelouro ou não, para termos a possibilidade de decisão. Se estivermos na oposição seremos vigilantes, uma oposição construtiva, atenta e responsável.

 

Disse que enquanto oposição iam apresentar propostas e ideias. A oposição actual não faz o seu trabalho?

Não faz o trabalho de casa. A oposição actual não teve, ao longo de 200 reuniões de câmara, propostas capazes de modificar o concelho, de desenvolver o município. Precisamos de um concelho desenvolvido de forma sustentável, mas a oposição não teve essa capacidade de fazer propostas. Além disso, na Assembleia Municipal, o PCP viabilizou sempre todos os orçamentos deste executivo.

 

Que balanço faz do trabalho deste executivo nos últimos quatro anos? Tem sido “desastroso”, como já caracterizou?

Tem. Estão à vista atropelos ao Plano Director Municipal (PDM) e projectos que nunca foram cumpridos. No caso do PDM não podemos aceitar zonas agrícolas misturadas com zonas habitacionais, onde se constroem fábricas de móveis. Não há uma linha de desenvolvimento. Existem muitos atropelos ao PDM até dentro da própria cidade de Paredes.  

Por outro lado, estes ziguezagues que existem para ocupar o lugar do presidente da câmara que está de saída… Primeiro deposita confiança no Dr. Rui Moutinho, mas depois houve aqueles golpes palacianos em que o Dr. Rui Moutinho acusa a Professora Raquel, enviou uma carta aberta ao presidente Celso Ferreira. Depois o Dr. Pedro Mendes afasta-se… Colocam, agora, em quinto lugar, o Rui Cunha. São estas coisas que não credibilizam muito o actual executivo que está de saída.

Não podemos ter mais do mesmo e com Rui Moutinho vamos ter mais do mesmo. Não queremos a continuação das políticas deste executivo.

O PSD está desnorteado?

Está. Há muitas lutas internas. A minha opinião é que não podemos ter mais do mesmo e com Rui Moutinho vamos ter mais do mesmo.

 

O PS estaria melhor preparado para gerir a câmara neste momento?

O PS tem políticas sociais mais próximas do Bloco do Esquerda e está muito mais preparado. Não queremos a continuação das políticas deste executivo. O Dr. Rui Moutinho promete “Ouvir as pessoas”, mas o que fizeram até aqui não foi ouvir as pessoas.

Defendemos um orçamento participativo, mesmo nas freguesias. As pessoas têm de ser ouvidas e decidir o que é mais importante, a prioridade das construções. Isso não tem sido feito. Até nas reuniões da assembleia municipal, a população, às vezes, quer falar quase nem tem tempo para expor as suas ideias. Não há diálogo. Com o Dr. Rui Moutinho vai ser a mesma coisa. O Dr. Rui Moutinho não se pode desvincular do seu passado político e do seu percurso político. É uma pessoa que foi presidente da JSD, foi chamado como director financeiro da Câmara de Esposende vem para Paredes para diminuir a dívida que existe nesta câmara e a dívida continua igual ou maior. Isso demostra que o Dr. Rui Moutinho não conseguiu até agora fazer nada dentro da câmara.

 

Mas a ele não cabia apenas cumprir as políticas definidas pelo executivo?

Ele faz parte desta câmara. Foi chamado para saldar e solucionar o problema que a câmara tem. Em 2015, a câmara tinha uma dívida megalómana de 100 milhões. Em 2016, foi de 102 milhões. Queremos mais do mesmo?

Rui Moutinho não se pode desvincular do que foi feito pelo PSD nos últimos anos?

Não se pode desvincular do seu passado político. O seu estilo, em princípio, vai ser o mesmo. Que obras é que este executivo concluiu? Temos que ser rigorosos nas contas, transparentes em tudo. Somos, de longe, o partido com mais propostas e ideias para este concelho. Conheço os programas dos outros partidos. Em apoio social, na saúde, em obras públicas, no ambiente, transportes, na protecção civil, educação, água e saneamento, urbanismo, desporto e cultura e administração temos o programa melhor elaborado.

Vamos pedir uma auditoria às contas. Acredito verdadeiramente que a situação pode ser muito pior do que a que aparece nos documentos

A Câmara de Paredes é a 21.ª com passivo mais elevado no país e demora, em média, 127 dias a pagar a fornecedores, segundo o mais recente Anuário Financeiro dos Municípios. Nas suas palavras foram as “políticas desastrosas, despesistas e megalómanas do actual executivo” que conduziram a este endividamento?

Sim, concordo perfeitamente.

 

Como é que o Bloco se propõe a reduzir o endividamento?

Se entramos na câmara, vamos pedir uma auditoria às contas para sabermos em que estado estão as contas.

Acredita que a situação pode ser pior do que a aquela que aparece nos documentos oficiais?

Acredito verdadeiramente que a situação pode ser muito pior. Há muitas incongruências. Somos o concelho com uma taxa de IMI das maiores do país e somos um dos concelhos com uma das maiores dívidas do país.

Mas a dívida tem vindo a diminuir nos últimos anos.

A despesa não pode ultrapassar a receita. Portanto, temos que viver com o que temos. Não podemos ter ilusões e ter projectos megalómanos se, depois, não os vamos conseguir cumprir.

 

Parte dessa dívida dever-se-á a investimentos nos centros escolares no cumprimento da carta educativa. Acha que não os centros escolares não deviam ter sido feitos?

O Bloco de Esquerda nunca foi a favor da construção destes centros escolares. Aliás, que se revelaram bastante inadequados para as crianças, com salas que atingiram 40 graus no Verão e no Inverno são extremamente frias. São centros escolares que não estão bem concebidos para a utilização do dia-a-dia e para a prática do ensino.

O Bloco de Esquerda nunca foi a favor da construção destes centros escolares

Houve mais preocupação estética do que funcional?

Houve muita preocupação estética. O Bloco de Esquerda sempre defendeu que as antigas escolas, que foram ou abandonadas ou cedidas a associações, deviam ser recuperadas, adaptadas aos dias de hoje, mas isso não foi feito e optaram pela construção de centros escolares. O trabalho está feito e não há forma de voltar atrás.

Queremos que seja pensada a forma de ventilação dentro dos centros escolares. Não é com ar condicionado. Queremos uma ventilação natural e maior isolamento para o Inverno.

Apresentou um projecto eleitoral que diz ser para três mandatos. Desse vasto conjunto de obras e investimentos quais serão os prioritários?

Há questões básicas que têm de ser resolvidas rapidamente e que deveriam estar concluídas há muitos anos. Ao nível das freguesias, é urgente fazer a requalificação de toda a rede viária e a conclusão da

Portanto, é preciso fazer obras?

Os encarregados de educação estão descontentes, os professores estão descontentes. Não vamos escamotear as coisas. Se as coisas existem têm-se de resolver.

 

Celso Ferreira deixa um concelho pior do que há 12 anos?

Diria que está pior. Não compactuo com mentiras e estou num partido onde existe muita transparência, responsabilidade e compromissos com as pessoas. Não admito falsas promessas. Celso Ferreira prometeu muito aos paredenses e não cumpriu. Prometeu uma Escola Secundária para Rebordosa e Gandra, e sei que as escolas são da responsabilidade do poder central, mas o problema é que o presidente prometeu. Era apenas mais uma mentira do PSD. Conseguiram desviar a escola para Lordelo. Se não se pode cumprir, não se promete. No caso da Cidade Inteligente, há terrenos que estão bloqueados. Não temos cidade inteligente e as pessoas não podem fazer nada dos terrenos.

Depois, o caso da reinstalação do bairro cigano. Promessas atrás de promessas nunca cumpridas. Inclusive com verbas inscritas no orçamento da câmara. O problema continua.

a rede de abastecimento de água e saneamento. Recordo que em Lousada, a rede de abastecimento de água apenas serve 80% da população e a de saneamento nem sequer 70%. Também é preciso concluir a rede de iluminação pública. Na educação, o concelho precisa de ter mais creches para servir a população e, também, precisa de construir um lar de acolhimento para idosos, o que existe não é suficiente para resolver as necessidades do concelho.

Não admito falsas promessas. Celso Ferreira prometeu muito aos paredenses e não cumpriu.

Qual seria a solução do Bloco de Esquerda para o alojamento da comunidade cigana? Concorda com o projecto que já existiu?

Concordávamos com a reinstalação do bairro num terreno que foi escolhido, na Madalena, mas como existiram alguns problemas com a transferência que se arranje outro sítio.

Não se pode estar tantos anos à espera de uma solução. Não se inscrevam coisas no orçamento que depois não são cumpridas.

A câmara recebeu 16,5 milhões de euros para transformar Paredes numa cidade criativa. Só fizeram as esculturas de rua no valor de um milhão de euros. Aonde é que estão os outros 15 milhões?

 

O concelho tem-se desenvolvido?

O concelho está atrasado. Não está desenvolvido.

A que níveis?

Ao nível de transportes, da saúde, ao nível social. Os idosos precisam de ser apoiados com medicamentos e com outras medidas. Precisamos de habitação social. Não se faz habitação social neste concelho há anos. A única habitação social que temos não pode ser só em Cristelo e Lordelo. Temos um concelho com 18 freguesias. Temos de ter habitação social.

Não se faz nada no turismo. Temos uma zona com muito potencial turístico, a Senhora do Salto, mas não se faz nada, não se promove nada.

O Bloco de Esquerda quer repensar o funcionamento de Paredes dentro da Rota do Românico que não está a funcionar muito bem. Promover excursões à Rota do Românico, visitas de estudo, criando espaços de apoio turístico junto dos monumentos.

Paredes tem sabido conseguir competir com os concelhos vizinhos ou está a perder protagonismo?

Está. Fomos contra a opção de passar para a Área Metropolitana do Porto. O concelho tem muito a perder porque os outros concelhos já são mais ricos do que Paredes. Já não precisam de coisas que precisamos. Paredes perdeu. Vêm armados em arco com o Andante, o Andante não chega a todo o concelho.

Paredes devia voltar para a região do Tâmega e Sousa, de onde nunca deveria ter saído.

Um dos critérios era que na Área Metropolitana do Porto Paredes teria maior acesso a fundos comunitários que não teria na região do Tâmega e Sousa?

Fundos comunitários, projectos comunitários, teremos sempre. A câmara concorreu a vários projectos comunitários para a construção dos centros escolares e outras coisas. A câmara não tem que se preocupar com isso.

Paredes devia voltar para a região do Tâmega e Sousa, de onde nunca deveria ter saído.

 

PS e PSD defendem a redução da taxa de IMI para o mínimo, concorda?

Sim, defendemos a descida do IMI e apoios às famílias carenciadas.

Já abordou algumas áreas que serão prioritárias para o Bloco de Esquerda. Na área do Ambiente, quais são os vossos projectos?

Temos uma preocupação acrescida com o ambiente. Queremos promover a recuperação do Rio Ferreira, que está poluído, apoiar os agricultores com culturas que se adaptem a esta zona. Pugnamos pela floresta do concelho e queremos promover a plantação de árvores e espécies que possa contribuir para ajudar a indústria do mobiliário, com a colaboração de uma faculdade.

 

Que outras prioridades tem o Bloco de Esquerda para o concelho?

Queremos refeições, transportes e livros gratuitos para alunos de famílias carenciadas, ampliar a rede de ensino pré-escolar e ATL; fazer com que a rede pública de água e saneamento chegue a todas as localidades do concelho; fazer investimentos equitativos em todas as freguesias; pavimentar todas as ruas do concelho e construir passeios; construir um mercado municipal e um parque de campismo; ter hortas municipais; concluir a Cidade Desportiva; melhorar as acessibilidades aos edifícios públicos e dotá-los de energias renováveis; fazer cumprir o PDM; apoiar os clubes desportivos e as associações culturais e construir piscinas exteriores e um circuito de manutenção; reabilitar prédios abandonados; atribuir bolsas de estudo; e reactivar a Parmóvel; entre outros.

Há zonas do concelho que não têm saneamento básico.

Paredes tem ainda muitas famílias sem acesso à rede de água e saneamento. Acha que essa deveria ser uma prioridade de qualquer futuro executivo?

É uma preocupação muito grande. Defendemos a ampliação da rede de saneamento. É fundamental que a rede chegue a zonas de concelho que estão desprovidas dele. Há zonas do concelho que não têm saneamento básico.

 

O executivo já deveria ter tido essa preocupação de fazer avançar o saneamento?

Obviamente. Mas não é só isso. Este executivo entrega tudo aos privados, ajardinamentos, arruamentos, água e saneamento. O Bloco de Esquerda é contra.

 

Acha que a água e o saneamento deviam ser remunicipalizados?

Vamos lutar por isso. Não defendemos a entrega a estas empresas privadas para lucros fáceis depois de termos investido o dinheiro dos paredenses. Nem aqui, nem na saúde, nem na educação.

A Câmara tem realizado vários contratos de apoio ao investimento que pressupõe a criação de centenas de postos de trabalho. Tem sentido que houve melhorias nessa área?

Não tenho visto, nem tenho conhecimento desses postos de trabalho. Não se nota que o concelho tenha evoluído nesse sentido.  

Quais seriam as políticas do Bloco de Esquerda para captar empresas e investimento para o concelho?

A câmara deveria ajudar as empresas a chegar às feiras internacionais, a promover os produtos do concelho nessas feiras. Daí poderiam advir mais clientes e mais investimento.

O Bloco apela, também, para que haja uma promoção turística e dos produtos do concelho. Este município já teve uma feira, a Parmóvel. Acabaram com a Parmóvel e agora não temos nada.

 

Não tem sido dada a importância devida à indústria do mobiliário do concelho?

Acho que não. A câmara não tem dado grandes apoios às empresas. Nuna vi facilitarem as empresas a exporem os seus produtos nas feiras internacionais.

Temos que facilitar o desenvolvimento das nossas empresas porque isso corresponde a muitos postos de trabalho.

Há tanto trabalho para fazer que é difícil apontar por onde temos de começar. Temos de fazer tudo o que não foi feito por estes executivos.

A reaquisição do Estádio das Laranjeiras foi um dos temas que marcou este mandato. O Bloco concorda com a compra deste espaço?

Aquele espaço não pode ser de forma alguma perdido. Aquilo continua na mesma. Está completamente abandonado. Até é um perigo. Tem de se dar uma solução àquilo.

 

O que acham que devia ser feito naquela zona desportiva?

O Bloco de Esquerda é a favor de um espaço de lazer. Defendemos, também, que deve existir algum desporto para que os munícipes não se desloquem à Cidade Desportiva que é longe. As pessoas que vivem na cidade poderiam ter ali outros desportos que não sejam desportos profissionais. Defendemos a recuperação do ginásio e a construção de um espaço de lazer.

O que acontece com esta câmara é que muitos espaços de lazer dentro do espaço habitacional são abandonados. Ficam a monte.

Temos políticas para a juventude, nas quais se inserem a construção de parque radicais e parques infantis no concelho. Há tanto trabalho para fazer que é difícil apontar por onde temos de começar. Temos de fazer tudo o que não foi feito por estes executivos.

 

Este mandato ficou também marcado pela vinda a público de um relatório da OLAF, organismo europeu anti-fraude, que fala de fraude e falsificação de documentos em relação aos contratos de adjudicação de vários centros escolares do concelho e aponta a necessidade de a câmara municipal ter que devolver cerca de 8,4 milhões de euros. Este tema tem preocupado o Bloco?

Será o Ministério Público, com as competências que lhe são atribuídas, a dizer se há fraude ou não há fraude. Interessam-nos os aspectos políticos.

Que não me venham dizer que a candidatura da Prof.ª Raquel é uma candidatura independente, porque não é. Como é que uma pessoa com um passado político se apresenta como independente?

Mas teme que a câmara possa seja condenada e obrigada a devolver esse dinheiro?

Se for condenada terá que o repor. Evidentemente que, se isso acontecer, será muito mau para a imagem da câmara e para o projecto da câmara, que diz que é um projecto positivo.

 

Teme que o número elevado de candidatos disperse os votos da população e que isso influencie os resultados do Bloco?

Afirmamo-nos como uma força de esquerda e, portanto, as pessoas entenderão, no dia 1 de Outubro, se devem ou não votar na esquerda e no nosso projecto.

Teme que o número elevado de candidatos disperse os votos da população e que isso influencie os resultados do Bloco?

Afirmamo-nos como uma força de esquerda e, portanto, as pessoas entenderão, no dia 1 de Outubro, se devem ou não votar na esquerda e no nosso projecto.

Mas o Bloco de Esquerda tem alguma coisa a dizer sobre algumas candidaturas. Que não me venham dizer que a candidatura da Prof.ª Raquel é uma candidatura independente, porque não é. Quem conhece o passado político da Dra. Raquel sabe perfeitamente que ela foi fundadora do CDS e que esteve como vereadora num executivo do PSD. Portanto, como é que uma pessoa com um passado político se apresenta como independente? Não é independente.

Obviamente que pode dispersar votos, mas não estamos muito preocupados com isso. Estamos centrados nas nossas ideias, na nossa determinação, nos nossos compromissos com os paredenses.

 

São candidaturas com orçamentos muito diferentes. Acha que isso é um dos motivos para que se mantenha o domínio de apenas dois partidos no concelho?

Se quer a minha opinião, acho que esse tempo já passou. As pessoas já não vão por aí. Entendem onde está a verdade, onde está um bom programa, as boas ideias, e acredito que as pessoas já não se deixam influenciar pelos outdoors, embora sejam importantes. O Bloco de Esquerda não tem, fazemos com o temos.

Apelo para que as pessoas visitem a nossa página do Facebook, que leiam os programas eleitorais e que dêem ao Bloco a possibilidade de fazer parte dos destinos desta câmara para defender os compromissos que temos para cumprir. A transparência, a honestidade, a promoção de um orçamento participativo, o desenvolvimento sustentável, um projecto ambiental contra os danos ambientais e o cumprimento do PDM são alguns dos temas que fazem parte do nosso programa e que nos propomos defender.