A Assembleia Municipal de Paredes aprovou, na passada sexta-feira, um novo empréstimo de médio e longo prazo até ao valor de 2,4 milhões de euros para que a Câmara de Paredes execute obras.
Na sessão extraordinária, realizada por videoconferência, Alexandre Almeida elencou os vários investimentos previstos que justificam esta opção. O presidente da autarquia lembrou ainda que o seu executivo tem vindo a amortizar endividamento bancário desde 2017. “Mesmo com este reforço de 2,4 milhões de euros, a oito anos, o nível de endividamento bancário decresce muito nestes dois anos de mandato”, assegurou aos membros da Assembleia.
Segundo o autarca, o montante será usado para financiar obras que não têm acesso a fundos comunitários. Assim, 360 mil euros são para executar obras na Avenida Cândido Barbosa, em Rebordosa, que faz ligação ao centro escolar; 600 mil euros serão investidos nas piscinas descobertas em Paredes, representando 50% do valor da obra; 135 mil euros são destinados à implementação do centro de trail running e BTT no pavilhão da Sernada, no sul do concelho, para apoio aos praticantes destas modalidades; outros 135 mil euros serão usados para um bar com casas de banho e espaço de apoio a uma associação no Parque Urbano de Rebordosa; igual valor vai permitir financiar o Parque de Lazer de Cete, já em execução. Alexandre Almeida adiantou ainda que uma verba de 135 mil euros tem como meta a ampliação do canil municipal, enquanto 450 mil euros serão investidos na aquisição de viaturas de mercadorias para apoio aos serviços municipais. Outros 200 mil euros serão para adquirir uma varredora urbana, equipamento de que o município não dispõe e será também comprado um autocarro (minibus) com 100 mil euros, para dar apoio às deslocações de jovens. Por fim, a Câmara pretende comprar um camião de recolha de resíduos sólidos urbanos com sistema hidráulico, para moloks.
“A taxa de juros é benéfica. Iremos pagar 27 mil euros de juros em oito anos”, salientou, dizendo ainda que assim ficam com mais margem no orçamento para implementar as medidas de apoio às famílias e empresas afectadas pela pandemia COVID-19, anunciadas no mesmo dia.
E foi com críticas à falta de discussão destes apoios que começou Soares Carneiro do PSD. “Esperaríamos que hoje tivesse havido nesta Assembleia extraordinária uma rectificação do orçamento para apoios às famílias, empresas, escolas… Era isso que os paredenses estavam à espera que estivéssemos a decidir. Devíamos estar a falar de medidas e não de obras”, sustentou. “Não se pode fazer de conta que não se está a passar nada quando há paredenses em dificuldades. Peça uma nova Assembleia Extraordinária para propor medidas. As pessoas mais do que com piscinas e varredoras estão preocupadas com isto”, apelou o social-democrata.
Em defesa, Rui Silva tomou a palavra, pelo PS, lembrando que o presidente da Câmara já tinha anunciado apoios. Frisou ainda que este financiamento não era para “reforço de tesouraria, como acontecia em mandatos anteriores, em que todos os anos renovávamos uma conta caucionada de dois milhões de euros para fazer face a dificuldades de tesouraria”. “Isto é para dotar o concelho de infra-estruturas”, concluiu.
“Pensava que nesta altura não iam usar estes temas para fugir à verdade e lançar confusão”, retorquiu Alexandre Almeida a Soares Carneiro, garantindo que desde o início da pandemia que a Câmara de Paredes tem vindo a anunciar e a adoptar medidas de apoio. Recordou ainda que nesse mesmo dia tinham anunciado um plano de apoio à economia local para famílias, empresas, ao sector social e associações, com um reforço de 500 mil euros no orçamento.
O financiamento de 2,4 milhões de euros foi aprovado, com 27 votos a favor e 17 abstenções.