Verdadeiro Olhar

As eleições e a força da expressão popular…

Na semana passada foi notícia neste Jornal (editorial) que 35 dos novos cartazes da candidatura do PSD em Paredes foram vandalizados. Já não é novidade que tal aconteça. Recordo que nestas alturas há quem tenha prazer em aplicar a sua arte popular a “pichar” cartazes e paredes ou a acrescentar colagens com dichotes mais ou menos desagradáveis sobre quem tem mais visibilidade. É vil e desprezível quem assim age, seja por maldade, humor ou simples vontade de vandalizar. No entanto, não deixa de ser despropositado e igualmente desprezível lançar a insinuação de que alguma das outras 4 candidaturas à presidência da Câmara Municipal de Paredes teria efetuado ou patrocinado tal ato. E é fácil de ver que tal é completamente idiota. Se na verdade alguém quisesse reescrever todos os cartazes do PSD, de forma profissional, não ficaria pela ínfima parte de 35 quando os existentes no concelho são mais de 100. O impacto é mínimo e, tanto quanto nos parece, localizado.

Por outro lado estou certo que nenhuma das outras candidaturas se preocupou com a antecipação das promessas anunciadas pelo PSD porque todas elas prometeram, prometem ou prometerão o mesmo. As contas estão feitas e a sua viabilidade demonstrada. O Partido Socialista, primeiro com Artur Penedos, depois com Alexandre Almeida, há doze anos que defende a aplicação da Taxa Mínima do IMI. Alexandre Almeida há oito anos atrás apresentou as contas e demonstrou como era possível pagar os manuais escolares até ao 12º ano. Estas propostas tiveram a oposição do PSD no governo da Câmara Municipal onde Rui Moutinho é o responsável financeiro. Para quem acusou o PS de não fazer propostas nos anos em que foi oposição é anedótico que agora jogue na antecipação e venha prometer aquilo a que se opôs durante pelo menos oito anos. Isto também é arte popular e tem nome. Há quem não esqueça e não perdoe. Mas também há quem sofra de amnésia. Estou certo que todos os outros candidatos defenderão compromissos idênticos e só não o fizeram porque ainda não chegou a altura. É que a campanha verdadeiramente ainda não começou e o dinheiro não chega para antecipações. Estou certo que nenhum terá necessidade de vandalizar os cartazes ou a propaganda do adversário porque há outras formas de chegar ao eleitor sem cometer tal grosseria. Diz o povo e tem razão que a verdade e o azeite vêm sempre ao de cima…