A autoescada dos Bombeiros Voluntários de Penafiel será adquirida através de uma candidatura a fundos comunitários. A Câmara Municipal compromete-se a pagar o valor da comparticipação nacional da viatura.
Segundo o secretário de Estado da Administração Interna, que esteve hoje em Penafiel, na apresentação do Plano Operacional Distrital de combate a incêndios florestais, as candidaturas para aquisição de viaturas e renovação de quarteis dos bombeiros voluntários abrem em Maio. No total, estarão disponíveis 60 milhões de fundos comunitários para a protecção civil nos próximos dois anos.
Candidaturas avançam em Maio
Já no final de Janeiro, numa reunião que juntou o presidente da Câmara Municipal de Penafiel, os responsáveis dos Bombeiros de Penafiel e o secretário de Estados da Administração Interna, Jorge Gomes, a autarquia voltou com a garantia de que o Governo ia encontrar nos fundos comunitários forma para adquirir um autoescada para a corporação.
Agora, durante a apresentação do dispositivo para combate a incêndios, que juntou dezenas de entidades ligadas à protecção civil no Museu Municipal de Penafiel, o governante avançou que o problema está resolvido, e que as candidaturas para adquirir viaturas e renovar quarteis podem avançar em Maio.
“Tínhamos alguns recursos para substituir viaturas que ardiam em incêndios florestais e cerca de sete milhões de euros de fundos comunitários para tudo. Agora vamos ter 60 milhões para os próximos dois anos”, referiu Jorge Gomes. “Em Maio, podem fazer a candidatura para a aquisição da viatura para os Bombeiros de Penafiel. Espero que seja aprovada”, disse o secretário de Estado.
O governante criticou ainda o pouco que foi feito pelo anterior Governo desde que o novo quadro de fundos comunitários ficou disponível, a partir de 2014. “No meu ministério tinha, quando tomei posse, zero euros gastos. Não foi feito nada a nível de Protecção Civil”, afirmou.
Equipamento deve custar mais de 300 mil euros
Visivelmente satisfeito com o facto de poderem avançar para a aquisição da autoescada que vai servir o concelho de Penafiel e também a região, o presidente da Câmara Municipal de Penafiel reafirmou o compromisso de suportar a parte não comparticipada. “A Câmara assumiu já publicamente que está disponível para apoiar a componente nacional em fórmula ainda a discutir com os bombeiros. Queremos ser parte activa neste processo”, disse Antonino de Sousa. O valor do equipamento poderá ultrapassar os 300 mil euros.
Ainda antes, no seu discurso, o autarca lembrou que Penafiel é o segundo maior concelho do distrito do Porto em termos de mancha florestal e também um dos com maior número de ignições, sobretudo devido à extensão do território e ao seu povoamento disperso. “É fundamental equipar bem as nossas corporações para que possam cumprir as suas missões”, disse, referindo a importância da alteração do regulamento dos financiamentos comunitários que permitirá às corporações financiar equipamentos não apenas quando são danificados no teatro de operações mas também quando deixam de reunir condições para as suas missões.
Também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Penafiel se mostrou feliz com a notícia trazida pelo secretário de Estado. “A viatura será bem-vinda. Ainda não foi necessária, mas pode sê-lo a qualquer momento e obrigar-nos a recorrer à autoescada de outras corporações”, sustentou António Rodrigues.
Distrito do Porto tem o maior número de ocorrências
O distrito do Porto é onde há o maior número de ocorrências em termos de fogos florestais. E 7 dos 10 concelhos com maior número de ignições pertencem ao distrito, sendo Penafiel um deles. “O distrito do Porto é o que tem o maior número de ignições mas é também onde não se conseguem desenvolver porque o combate está com uma eficácia extraordinária”, garantiu o secretário de Estado.
O governante adiantou que na “fase Charlie”, a mais importante no combate aos incêndios, estarão mais de duas mil equipas no tereno, com cerca de 10 mil operacionais e mais de dois mil veículos e 47 meios aéreos. “Isto demonstra bem a envergadura da preparação daquilo que se espera ser um país sem fogos”, sustentou.
Já o comandante Operacional Distrital, Carlos Rodrigues Alves, deixou os objectivos operacionais para esta época de incêndios: a permanente segurança das forças, com zero mortos; a melhoria nos tempos de resposta às ocorrências e a redução do número de reacendimentos. Para concretizar estes objectivos foram já realizadas 41 acções de formação que envolveram cerca de 479 operacionais.