O relatório de gestão de 2021 da Câmara Municipal de Paredes foi, hoje, aprovado em reunião de executivo, por maioria, com os votos contra dos dois vereadores eleitos pelo PSD.
“As contas demonstram um aumento da receita com a carga fiscal, apesar do contexto que se vivia. Pode dizer que também tem a ver com o aumento de transacções de IMT, mas podia ter diminuído a parte do IRS que fica no município ou a derrama para as empresas”, alegou Ricardo Sousa, pelos social-democratas.
O eleito da oposição destacou ainda o “aumento dos gastos com pessoal, que não corresponde à actualização da tabela salarial de quem trabalha no município, mas a um ‘engordar’ do pessoal”, referindo um aumento de 11,3%.
Segundo Ricardo Sousa, a isto acresce que a redução da dívida foi “residual”, sendo que se avançar o empréstimo para pagar o resgate vai “desaparecer a capacidade de endividamento do município”. “Isto não é mais do que já prevíamos quando se apresentou o orçamento. Podíamos ter feito mais e ir mais longe”, defendeu, dando como exemplos execuções na ordem dos zero por cento em rubricas como as receitas de capital.
A visão do executivo socialista que lidera os destinos do município de Paredes não podia ser mais distinta.
Estas contas, alega Alexandre Almeida, presidente da autarquia, vieram mostrar “a gestão rigorosa, eficiente e eficaz dos dinheiros públicos”. “Num contexto em que o Imposto Municipal sobre Imóveis baixou de 0,4% para o mínimo (0,3%), só em 2021 perdemos de receita de IMI 600 mil euros, ao contrário do que disse”, tendo a receita passado de 6,9 milhões de euros (em 2020) para 6,3 milhões de euros (em 2021), sustentou o edil.
Para Alexandre Almeida isto é exemplificativo do “grande esforço feito para reduzir o passivo, apesar da perda de receita fiscal. Elencou ainda a execução da despesa, de 77,99%, e do capital, de 57,63%. “Ao nível da despesa corrente tudo o que estava projectado foi praticamente executado e, ao nível das obras, só não fizemos mais porque os empreiteiros não tinham capacidade”, clarificou.
O presidente da Câmara de Paredes salientou ainda que “apesar de nestas contas já estar reflectido o valor que será pago pelo empréstimo para o resgate à Be Water, mesmo assim há uma redução do passivo”. “É certo que é quase residual. Mas é por isso que nos deveriam tirar o chapéu. Por manter o passivo e acomodar os mais de 20 milhões que vamos pagar de empréstimo, mostra o grande esforço de contenção que temos tido”, disse, desafiando a oposição. O passivo ronda os 83 milhões de euros.