Verdadeiro Olhar

António Costa inaugurou electrificação da linha entre Caíde e Marco de Canaveses

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

A conclusão da electrificação da linha de comboios e renovação integral de via no troço entre Caíde e Marco de Canaveses foi inaugurada esta segunda-feira com a presença do primeiro-ministro, António Costa, do ministro das Infra-estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, do Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, e de vários autarcas da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa e de concelhos afectos a esta linha que vai até Porto S. Bento.

“Hoje é um dia histórico”, sublinhou Pedro Machado, presidente da Câmara Municipal de Lousada, acrescentando que quando o comboio chegou a Caíde, foi recebido com bandas filarmónicas e foguetes. “Houve aqui uma grande festa há 144 anos. Hoje não vamos ter esse tipo de festa, mas o entusiasmo por aquilo que hoje conseguimos realizar é exactamente o mesmo”, continuou.

O autarca elogiou o investimento do Governo na ferrovia e diz “contar a curto e médio prazo com outro tipo de investimentos, nomeadamente, na renovação do material circulante”, algo que já está previsto. Adianta ainda que “a região tem uma expectativa de que, quando o país tiver condições para isso e puder pensar em expansão de rede”, possa “vir a surgir aqui uma outra concretização de um sonho que é a linha do Vale do Sousa”.

A conclusão desta empreitada envolveu um investimento de cerca de 10,5 milhões de euros, numa extensão de 14,2 quilómetros, em 270 dias, segundo informou a Infraestruturas de Portugal (IP), representada por Carlos Fernandes. Foi realizada, entre outros trabalhos, a electrificação da linha, a intervenção nos túneis de Caíde, Gaviara e Campainha, a renovação integral da superestrutura da via e o prolongamento das plataformas de passageiros nos apeadeiros de Oliveira e Recesinhos e reposicionamento da plataforma na estação de Livração.

O principal benefício, segundo apontaram as intervenções da IP, dos autarcas e dos membros do Governo, é deixar de haver o transbordo em Caíde para quem quer fazer a viagem Porto – Marco de Canaveses, em qualquer um dos sentidos.

“Esta obra é, desde logo, muito importante para quem utiliza diariamente esta via para se deslocar do Marco de Canaveses até ao Porto. Ganham sete minutos por dia”, apontou o primeiro-ministro, António Costa, que realizou, na manhã desta segunda-feira, a viagem inaugural do Marco de Canaveses até Caíde.

“Não foi apenas a electrificação e todo o desenvolvimento económico que trazemos à região com esta electrificação”, disse Cristina Vieira, presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses durante a cerimónia de inauguração na estação de comboios de Caíde. “Agora foi a ferrovia, mas nós não esquecemos a rodovia. Depois de um dia de grande alegria para todos, não podia deixar de passar a oportunidade de lembrar ao Governo o IC35. É esta a grande ambição da região, é que agora depois de concretizada a electrificação, olhamos para a rodovia e possamos também concretizar este sonho ambicionado há muito pelos autarcas da região”, acrescentou.

Além disso, será também possível um “conjunto de benefícios económicos totais muito significativos associados à diminuição dos acidentes, à redução dos tempos de viagem, à economia de custos de recursos associados aos modos alternativos e à redução de custos para os operadores ferroviários”, referiu ainda a IP.

A electrificação desta linha permitirá também a ligação até à Régua, reduzindo a quantidade de emissões poluentes, bem como os tempos de percurso. “É um grande contributo que damos também para o combate às alterações climáticas”, sublinhou António Costa, explicando que “a prioridade desta legislatura já não podia ser a rodovia e tinha mesmo de ser a ferrovia”.

Esta empreitada integra o projecto de modernização da Linha do Douro, sendo agora o passo seguinte a electrificação da linha até à Régua, perfazendo uma extensão total de 58 quilómetros desde Caíde. Este projecto está a ser desenvolvido pela Infraestruturas de Portugal, no âmbito do plano de investimentos na Rede Ferroviária Nacional – Ferrovia 2020.

“É o maior programa ferroviário das últimas décadas e do último século. São dois mil milhões de euros de investimento num eixo muito importante que tem a ver com a internacionalização da nossa economia e reforçar e melhorar a qualidade das ligações internacionais do país”, indicou António Costa.

Quanto a este programa, o primeiro-ministro referiu que foi lançado, há seis meses, o concurso para a aquisição de 22 comboios a beneficiar as linhas regionais e que, esta segunda-feira, iria ser também inaugurada a electrificação do troço entre Nine e Viana do Castelo.