Já olhou para o seu saco do lixo ao fim do dia? Sabia que 40% do seu lixo diário são resíduos orgânicos? Para evitar que parte destes resíduos acabe em aterro, a Ambisousa avançou com uma campanha de reforço da compostagem doméstica. A Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos do Vale do Sousa vai distribuir 4.000 novos biocompostores até ao final de 2018. Com esta medida espera conseguir desviar de aterro 2.500 toneladas de resíduos por ano.
Apenas uma pequena parte, admite Daniel Lamas, director do departamento de Monitorização Ambiental, Estudos e Projectos da Ambisousa. “Há cerca de 60 mil toneladas por ano que podiam ser compostadas. Esta é uma pequena meta”, afirma.
O investimento de 238 mil euros foi co-financiado a 85% pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
2.000 equipamentos distribuídos já até ao final de 2017
“À terra só o que é da terra” é o slogan do novo projecto de compostagem da Ambisousa, apresentado, esta quinta-feira, na Biblioteca Municipal de Lousada.
O objectivo é só um: “que as pessoas evitem enviar para aterro resíduos que podem ser compostados”, diz Daniel Lamas, apostando na prevenção da produção de resíduos.
Com o novo projecto de compostagem doméstica, a empresa intermunicipal quer distribuir mais 4.000 biocompostores nos próximos dois anos, 2.000 já até ao final de 2017. Estes vão juntar-se aos 1.153 que já existem espalhados pelos seis concelhos do Vale do Sousa. “A meta é chegar aos 5.000 em 2020”, diz o engenheiro.
Para isso, serão envolvidos os seis municípios e ainda juntas de freguesia, escolas e instituições. Depois desta sessão de apresentação pública, as pessoas vão receber informação pelo correio com um folheto informativo através do qual podem pedir um compostor. Serão ainda promovidas sessões de informação, sensibilização e angariação em juntas de freguesia e escolas, uma acção que será potenciada através dos órgãos de comunicação locais, pelo site e pelas redes sociais da Ambisousa.
A campanha destina-se a quem vive nos concelhos de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel – uma população de cerca de 330 mil pessoas – e tenha uma habitação com jardim, horta, quinta ou pomar.
Todos os equipamentos são identificados e georreferenciados, sendo que a Ambisousa faz monitorização do seu uso. O compostor é entregue em casa e um técnico dá explicações sobre a sua utilização, dá um folheto informativo. É ainda assinado um certificado de utilização responsável.
Ambisousa é o “braço armado dos municípios”
Na sessão estiveram o presidente do conselho de administração da Ambisousa, Macedo Dias, e ainda vereadores representantes das seis autarquias do Vale do Sousa. Inácio Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, do conselho da Valsousa e do Conselho Intermunicipal da CIM do Tâmega e Sousa, também marcou presença e destacou a importância da Ambisousa, que descreveu como “o braço armado dos municípios” na área do ambiente.
“Este investimento de alguns milhares de euros em todos os territórios pretende reduzir o que é encaminhado para aterro. Poupar o ambiente e também recursos financeiros”, afirmou o autarca.
A compostagem é um processo biológico através do qual os microrganismos transformam matéria orgânica como folhas, papel, restos de fruta e hortaliças numa substância semelhante ao solo, chamada composto. Se estiver interessado em aderir deve contactar a Ambisousa e pedir para receber um compostor em sua casa.