Este tipo de argumentação é, infelizmente, lugar-comum nos dias de hoje. Para muitas pessoas este modo de raciocinar é lógico e coerente. Se já não existem “sentimentos”, isso é sinal inequívoco de que o amor acabou. Não há nada a fazer.
No entanto, convém não esquecer que “amar” não é um sentimento, mas um verbo, uma acção – uma decisão da vontade!
Talvez a subtil e omnipresente influência de Hollywood nos leve a considerar os sentimentos como aquilo que de mais genuíno e verdadeiro há no ser humano. Mas isto não é verdade.
A nossa maior capacidade é “amar” – não é “sentir”. Pode-se amar-se muito sem sentir nada. E pode-se sentir muito e não amar verdadeiramente ninguém – excepto nós mesmos de um modo desordenado.
Conselho oportuno: ame a sua mulher decididamente. Não por si nem centrado em si, mas por ela e centrado nela. Porque decidiu fazê-la feliz mesmo que isso exija entrega. E o amor genuíno sempre exige.
Ame-a de verdade. Seja bom para com ela sem esperar nada em troca. Sacrifique-se. Ouça com interesse os problemas dela. Faça um esforço real por compreendê-la e aceitá-la como é. Está disposto a isso ou o seu egocentrismo já não o permite?
Por que razão se reduz o amor aos sentimentos?
Porque torna a vida muito mais “fácil”. Ser levado pelos sentimentos – o genuíno do “amor moderno” – faz desaparecer a responsabilidade. Deixa-se de “sentir” culpa por não amar. A “culpa” passa a ser dos sentimentos, que não é possível controlar.