Verdadeiro Olhar

Alunos da Escola Secundária de Lousada aprenderam a poupar e a planear um orçamento

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Orçamento, rendimentos, despesas, planeamento e poupança foram as palavras mais ouvidas durante a manhã desta quarta-feira na Escola Secundária de Lousada.

Durante cerca de uma hora, dezenas de alunos dos cursos de Técnico Comercial e Técnico de Restauração ocuparam o auditório e aprenderam mais sobre alguns conceitos económico-financeiros do dia-a-dia, no âmbito da sessão “Planear o Orçamento e a Importância da Poupança”, inserida no Plano Nacional da Formação Financeira e integrada no projecto “Todos Contam”.

No caso do orçamento, Ana Azevedo, formadora do Banco de Portugal que dinamizou a actividade, explicou que devem ser identificadas as necessidades da pessoa e as despesas devem ser programadas em função delas. Além disso, devem ser definidos objectivos e prioridades e também os imprevistos devem ser tidos em conta.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

“O orçamento vai dar-nos uma previsão daquilo que vamos gastar. Aquilo que temos de fazer é puxar um bocadinho o orçamento para o nosso dia-a-dia e vamos ter que fazer um orçamento das nossas despesas”, referiu, acrescentando que ajuda a ter “um registo não só dos rendimentos, mas também de todas as despesas”. “É quase um espelho da nossa vida financeira”, continuou.

No planeamento do orçamento, devem estar, de um lado, os rendimentos (neste caso, devem ser tidos em conta os valores líquidos, ou seja, após o pagamento dos impostos e Segurança Social) fixos e variáveis e, do outro, as despesas que são necessárias e as supérfluas, também fixas e variáveis. Neste último caso, há que “aprender a fazer escolhas”, sabendo que “os desejos são ilimitados e os rendimentos limitados”.

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Para a elaboração deste plano, Ana Azevedo aconselhou os jovens a usar uma folha de papel (tal como faziam os avós, que eram “professores na arte de poupar”) ou um ficheiro em Excel, ou ainda o simulador online que este projecto disponibiliza, bem como a apontar sempre as datas limite de pagamento das despesas.

Apontou ainda que o orçamento deve ser realizado sempre no início de cada mês para se poder saber em quê que o dinheiro vai ser gasto e que o mesmo se deve passar com a poupança. “Quando temos algum rendimento, é melhor pôr algum de lado e esquecermos que aquilo está ali, consideramos que foi uma despesa. Se estamos à espera do final do mês para poupar alguma coisa, não nos vai sobrar nada”, sublinhou.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Ainda que com alguma timidez nas intervenções, a plateia foi revelando já ter algumas noções sobre o tema. Para Carlos Bessa, do 11.º ano do curso de Técnico de Restauração a poupança já não é uma novidade. “Comecei a trabalhar e a poupar mais porque deixei de comprar as coisas que queria com o dinheiro dos meus pais. Trabalho para o que quero”, confessou ao Verdadeiro Olhar, explicando que, se não se poupar e planear, corre-se “o risco de ficar sem dinheiro nenhum”.

“Aprendi a poupar, a não ser compulsivo numa compra, a pensar no que irei gastar, como gastar e na melhor forma de sair vantajoso através dos meus rendimentos”, disse Rui Pedro Moreira, também aluno do 11.º ano, do mesmo curso, no final da sessão. Contou ainda que recebia uma mesada e que aprendeu com os pais a poupar e, agora que já trabalha, continua a contar com o apoio deles para controlar os gastos.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

A poupança pode, então, servir como precaução, para imprevistos que possam vir a acontecer, para planear despesas de valor mais elevado, preparar a reforma e/ou deixar uma herança.

“São temas que eles abordam numa unidade e faz parte do dia-a-dia de qualquer pessoa a questão do orçamento, da distribuição, das despesas fixas e variáveis… E cada vez mais o jovem tem de se interessar pelo rendimento disponível e fazer a gestão orçamental do seu dia-a-dia”, referiu Isabel Fachada, professora de Economia e Contabilidade daquela escola.

No final da sessão, ainda houve tempo para a formadora mostrar um pequeno saco com notas trituradas para apelar aos jovens que as estimem e não as dobrem ou rasguem.

Esta iniciativa do município de Lousada em colaboração com o Banco de Portugal está relacionada com a Semana da Formação Financeira, que celebra o Dia Mundial da Poupança a 31 de Outubro. Neste âmbito, o projecto “Todos Contam” – que integra o Banco de Portugal, Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários – pretende levar até às diversas faixas etárias sessões relacionadas com estes temas.